Em épocas de uma crise econômica que causa impacto e faz estragos em todas as partes do país, Mogi Mirim não é exceção e sofre, na pele, essa dura realidade. Se o munícipe já reclama de excesso de impostos e tributos pagos mensalmente, e que pede um planejamento financeiro cuidadoso a fim de não comprometer o orçamento mensal, na cidade, a notícia de que a tarifa de água e agosto sofrerá um reajuste de 13,31% não agradou ninguém, e mais uma vez fez torcer o nariz de muita gente.
O reajuste, proposto pela Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Ares-PCJ), foi apresentado e aprovado pelo Conselho de Regulação e Controle Social, em reunião na última sexta-feira, na sede do Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae). Os reajustes entram em vigor dentro de 30 dias, na segunda quinzena de julho. No mês de agosto, as contas de água e esgoto já estarão com os valores atualizados.
A justificativa da agência reguladora, responsável por regular os serviços de água e esgoto na cidade, é baseada em uma série de fatores.
Além da inflação de 9,28% acumulada no período de maio de 2015 a abril de 2016, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), análises do faturamento das tarifas de água e esgoto registraram aumento de 11,06% nos meses de janeiro a abril deste ano, em comparação com o mesmo período do exercício anterior. Mas outros dois fatores pesam e muito para a tarifa, uma delas motivo de críticas de vereadores na Câmara Municipal há tempos. O contrato com a Serviços de Saneamento de Mogi Mirim S/A (Sesamm), responsável pelo sistema de tratamento de esgoto, e que por mês obriga o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) a repassar R$ 1,1 milhão. O outro, a pendência financeira da Prefeitura com a autarquia. Atualmente o débito gira em torno de R$ 11 milhões.
É notório o absurdo de uma Administração Municipal deixar o problema chegar a tal ponto. Dever R$ 11 milhões significa entregar o “rojão” para o cidadão comum, que já paga seus impostos, nada baratos, todos os meses. Para tentar fechar o ano fora do vermelho, o Saae será obrigado, em 2017, a evitar gastos e não projetar investimentos, algo irrisório nos tempos atuais, sobretudo pela necessidade de ampliação da estrutura e importância de um sistema de esgoto e água eficaz, capaz de suportar toda a demanda exigida pela cidade.
Outra vez a Prefeitura erra e sua deficiência de planejamento onera ainda mais o munícipe. E isso não é fato exclusivo do governo de Gustavo Stupp, e se arrasta de anos para cá. A pergunta é qual será a próxima conta reajustada e quando o orçamento do mogimiriano ficará ainda mais apertado. O ideal seria que a pergunta fosse: quando o bolso do cidadão irá respirar mais aliviado e os serviços irão apresentar a qualidade que o povo merece?