sábado, novembro 23, 2024
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Uma briga esvaziada

Desde o anúncio pelo aluguel de uma nova sede da Câmara Municipal, em 2014, após muito se debater a estrutura do prédio original, localizado à Rua Dr. José Alves, no Centro, ao lado da Prefeitura, uma série de manifestações e discussões, muitas delas calorosas e que beiraram o limite da razoabilidade, se instalaram dentro do Legislativo.

Seja nos corredores, e principalmente durante as sessões de Câmara, não foram poucas as vezes que o tema dominou a pauta dos encontros, tornando-se, em determinadas situações, algo repetitivo e cansativo, deixando de lado temas de maior relevância em Mogi Mirim.

A justificativa da Prefeitura partiu desde a necessidade por um prédio moderno e à altura do Legislativo, até questões estruturais da “Câmara original”, reduto das sessões. O receio era de que algo de pior pudesse acontecer no local, marcado por infiltrações, problemas em fiações elétricas, ausência de saída de emergência, entre outros. A suspeita de que o prefeito Gustavo Stupp estaria favorecendo um empresário na cidade foi escancarada em todos os cantos, mas nada que provasse tal fato foi revelado.

O aluguel de R$ 23 mil em um contrato de dez anos chamou a atenção, ainda mais pelo fato de o prédio, imponente, ter sido construído tão depressa e abrigar uma estrutura capaz de fazer inveja para inúmeros poderes Legislativos espalhados pela região. Granito nos banheiros, vidros espelhados, salas para cada assessor e mobiliário de primeira fizeram com que a Câmara ganhasse o popular apelido de “Palácio de Cristal”.

O mais novo capítulo do imbróglio se deu na última semana e teve seu ponto alto na tarde de quarta-feira. Após a Mesa Diretora da Câmara decidir pelo fechamento do prédio original, que mesmo após a abertura do palácio, ainda vinha sendo usado por assessores, um grupo encabeçado pelas vereadoras Maria Helena Scudeler de Barros, Dayane Amaro, ambas do PSDB, e Luzia Cristina Côrtes Nogueira (PSB) decidiu realizar uma reunião com a mesa.

Contra o aluguel, se recusaram a entrar na nova sede e o encontro foi protagonizado na rua, em frente à Câmara, em cena pra lá de constrangedora. A reivindicação era de que o presidente da mesa, o vereador João Antonio Pires Gonçalves, o João Carteiro (PMDB), realizasse o encontro na antiga sede, o que foi recusado. A disputa é inconsistente e beira a infantilidade.

Não se discute a opinião de cada um e o dinheiro público depositado no novo aluguel, de fato, exorbitante e desnecessário, mas a postura de políticos com anos de vivência na política não parece ser a mais correta. Não querer entrar ou sair de um prédio não mudará a situação, já que o aluguel e a mudança estão consumados. É um cabo de guerra sem lógica. Seria a opinião de cada um levada em conta ou simplesmente marketing político? Mogi Mirim agoniza e a nova Câmara não é o pior dos problemas. Longe disso.

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