terça-feira, novembro 19, 2024
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Uma cidade vulnerável ao crime

A segurança sempre foi uma preocupação muito presente para a população, que sente na escalada da violência o quanto a criminalidade vem se impondo diante da falta de recursos no aparato policial. Mesmo com os investimentos anunciados, com a dedicação dos policiais e o desdobramento da atuação que inclui as guardas municipais, é sabido que cada vez mais a sociedade está desprotegida, vulnerável diante da capacidade dos bandidos se organizarem e arquitetarem planos de ataques.

Mogi Mirim é ainda uma cidade privilegiada. Por suas características mais provincianas e pela sua dimensão, acaba sendo palco de transgressões que muito eventualmente chegam aos casos mais graves de homicídios ou grandes desastres. Ainda assim, pesam as consequências de prejuízos com roubo e furtos de veículos, invasão de residências, e conflitos pessoais, geralmente de fundo passional. Nos últimos meses, é sensível a redução de casos registrados nos distritos policiais, onde a maioria das autuações são por tráfico de menor porte.

Se a ação policial tem apresentado resultados positivos, também é perceptível um risco iminente que ronda a região. O caso da prisão nesta semana em Mogi Mirim de uma quadrilha com elementos de Campinas, e o desbaratamento de outra quadrilha de roubo de cargas que foi flagrada em Mogi Guaçu na semana passada disparando contra uma viatura da guarda municipal, mostra um braço de organizações criminosas que, de tempos em tempos, volta sua atenção para o Interior, provavelmente para aliviar a pressão e o cerco policial nos grandes centros.

É perfeita a analogia do cobertor curto que, quando cobre os pés descobre a cabeça. Enquanto o Estado se desdobra em arranjar desculpas para a falta de efetivo e de investimentos compatíveis com a realidade de São Paulo, a população fica vulnerável, à mercê dos grupos criminosos em sua infindável criatividade para antecipar as ações policiais e deslocarem seu modo de operação para outro local ou foco de crime.

A realidade é que faltam policiais na proporção ideal para garantir a tranquilidade da população, uma polícia civil que atenda à demanda da polícia judiciária e dê conta dos processos de investigação, além de um Judiciário que atue de acordo com os maiores interesses da sociedade, não no ritmo ditado pela burocracia, pelos entraves de uma legislação confusa e anacrônica, privilegiando a impunidade.

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