De todas as intervenções urbanas realizadas em Mogi Mirim nos últimos anos, poucas afetam diretamente tantas pessoas quanto a organização do transporte coletivo urbano. A desestrutura do serviço, a falta de um sistema organizado e claro para os usuários, os pontos de embarque e desembarque inadequados, as linhas sem integração são algumas das razões apresentadas quando as queixas se levantam quanto ao serviço.
Não por acaso, o candidato Gustavo Stupp (PDT) apresentou em sua campanha eleitoral a promessa dissimulada de implantar a tarifa de R$1, um mote que caiu como luva na aspiração popular, que imaginou que o benefício seria estendido a toda a população. Pressionado pela opinião pública, lançou um programa limitado, que atendeu a poucos mas sepultou a reivindicação.
Também nos primeiros meses depois de eleito, Stupp cedeu à tentação de um mirabolante plano de construir um miniterminal para os ônibus no Centro, mais especificamente na área particular onde existia o Casarão Amarelo, junto ao Jardim Velho.
A inconsistência da proposta, a falta de um projeto, as frustradas tentativas de apresentar a sugestão como um plano estudado, derrubaram a intenção. Foi um ano de idas e vindas, desmentidos e tentativas de convencimento – um anteprojeto com data para início foi apresentado-, até que o prefeito se deu por vencido e, finalmente, admitiu que o miniterminal voltou a ser apenas uma ideia.
Não se pode negar a conveniência de se estudar a implantação de um terminal na área central, assim como o bilhete integração para unir os bairros da cidade. Mas para isso é preciso dispor de um estudo técnico, uma proposta viável, um local adequado e um plano de trabalho competente.
O incômodo da população não pode ser lidado com indiferença ou trejeitos politiqueiros. Tampouco ajudam soluções como a mera transferência dos pontos da Rua Conde de Parnaíba para a Ulhôa Cintra, onde os usuários continuam a sua espera em pé, sob sol e chuva.
Por todos os argumentos apresentados, pela óbvia observação e pela natural localização privilegiada, a área na Avenida Adib Chaib perto da Estação Educação e do Espaço Cidadão se apresenta como ideal para estudos, até pela conexão das vias para todos os quadrantes do município. Ignorar isso é não atentar para a conveniência de um terminal. Na certeza de que não haverá jamais um consenso sobre o assunto, resta ao prefeito reunir coragem, competência e disposição política para fazer as mudanças indispensáveis