sábado, novembro 23, 2024
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Uma Mogi Italiana: Historiadora lança livro sobre italianos em Mogi Mirim

O Brasil se constituiu de muitos povos, assim também ocorreu com Mogi Mirim, que recebeu diversos imigrantes desde sua origem. Os italianos foram alguns dos imigrantes que chegaram até a cidade em busca de melhores condições de vida e que contribuíram e muito para o desenvolvimento do município. Em solo brasileiro, os imigrantes formaram suas famílias ou cuidaram delas, e é sobre a chegada dos italianos que a segunda obra da escritora e historiadora Carmen Lucia Bridi trata. O livro, chamado Italianos em Mogi Mirim – A contribuição dos imigrantes para o desenvolvimento de Mogi Mirim e das cidades da região da baixa mogiana, foi produzido em conjunto com o professor de História Sérgio Romanello Campos, que já faleceu. O lançamento da obra será realizado na próxima sexta-feira, dia 16, na Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim, a Acimm, às 20h. O evento, que contará com sessão de autógrafos e apresentações culturais, é aberto à população e tem entrada gratuita.

A obra é fruto de um trabalho que durou cerca de dezesseis anos, sendo interrompido por diversas vezes devido aos vários percalços por quais os autores passaram. Iniciada no ano 2000, a pesquisa que daria origem para a obra teve origem com a antiga Associação Ítalo Brasileira, chamada Acibra, que hoje não existe mais na cidade.

“Ter esse livro publicado é uma vitória. No passado, existia em Mogi Mirim uma associação ítalo brasileira presidida pelo Valter Polettini e o Valter pediu para que eu e o Sérgio fizéssemos um apanhado das famílias de origem italianas que moravam na cidade. A Associação promoveu alguns eventos para nos capacitar, eu cheguei a ir para a Itália, mais adiante fiz um curso em São Paulo no Memorial do Imigrante sobre a imigração italiana no Brasil (…). A intenção da associação, que se chamava Acibra, era deixar registrado informações sobre os italianos que deixaram suas marcas aqui”, explicou Carmen.

A autora contou que além das capacitações, para compor a obra os pesquisadores começaram a divulgar nos jornais e por meio do boca a boca o projeto. A intenção era coletar informações sobre as famílias de origem italiana que havia na cidade. Mas, para comprovar as informações, não bastava somente saber que a família tinha um pé na Itália, mas ter documentos que informassem, por exemplo, a data de chegada no Brasil e o navio utilizado. A coleta de dados terminou somente no ano passado e apesar de saber que existe bem mais, Carmen, após a morte de Sérgio, conseguiu fechar a obra com pouco mais de 40 famílias.

“Até 2015, quando parei de coletar, tínhamos conseguido só 44 famílias. Acredito que não é nem 10% do que existe na cidade. Mas, como eu falei, é difícil de as famílias terem esses documentos, como o passaporte. Existem, é claro, outras nacionalidades, mas em menor quantidade se comparadas aos italianos”, destacou a escritora.

Assim, pouco a pouco, o livro foi tomando forma. Ele conta com variados capítulos que tratam desde a situação na Itália na época até o contexto brasileiro que propiciava a chegada dos imigrantes e, claro, fala um pouco sobre as famílias que se propuseram a participar do livro.

“Um exemplo, colocamos o nome do imigrante, nome de seus pais, província em que vivia, data e local de nascimento, dos filhos, e também tem várias pessoas que se casaram com brasileiros. Além disso, tem as fotos que cada família enviou”.

Carmen relata que tanto a sua família como a de Sérgio também estão presentes na obra. No caso de Carmen, foram seus avós que vieram da Itália, o avô chegou em 1.883 e a avó em 1.886, sendo que ele desembarcou em Santos (SP) e ela no Rio de Janeiro. Os avós de Romanello também chegaram em 1.886.

Além disso, o livro também retrata os diversos anúncios feitos pelos imigrantes aqui na cidade, já que com o passar do tempo alguns começaram a progredir e se tornaram grandes comerciantes e industriais. Para isso, foi preciso buscar informações no antigo jornal da cidade, A Gazeta de Mogy Mirim, que circulou entre os anos de 1.886 e 1.893 e, que, de acordo com a autora, precisa urgentemente de conservação, pois está se desfazendo com o passar do tempo.

“Os italianos eram proprietário da maioria das indústrias da cidade. A maioria veio sem nada, mas conseguiram melhorar de vida. Os italianos eram extremamente trabalhadores e econômicos e vinham com a intenção de adquirir um pedaço de terra e ter uma segurança econômica, já que na Itália passavam dificuldades”.

A autora também realiza duas homenagens em sua obra. Uma delas para Napoleão Portiolli, que morou em Mogi Mirim, e foi um múltiplo artista que a cidade teve, e para Zico Bianchi, que foi um músico que tocou em várias bandas do município.

Durante o evento de lançamento será possível conferir mais detalhes sobre a obra. Quem tiver interesse também poderá comprar o livro com desconto por R$ 20. Após o lançamento, o livro poderá ser encontrado na Papiro Livraria e Papelaria e na Moji Livros; ambos estabelecimentos ficam no Centro. Também haverá a possibilidade de encontrar a obra na Oficina Santa Cruz Auto Center, no bairro Santa Cruz.

Serviço

Lançamento do livro: Italianos em Mogi Mirim

Data: 16 de setembro, próxima sexta-feira

Local: Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim, que fica à Avenida Luiz Gonzaga de Amoedo Campos, no bairro Jardim Nossa Senhora Aparecida

Horário: às 20h

 

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