A Câmara Municipal possui papel fundamental no papel político de qualquer município. Dentre inúmeras funções, é nela que serão elaboradas as leis municipais. Além de fiscalizar os gastos públicos, exigir a prestação de contas e trabalhar em prol da população, o Legislativo, preza, acima de tudo, pela confiança de milhares de eleitores em determinada pessoa.
Em Mogi Mirim, o papel desempenhado pelos vereadores é considerado para muitos como ineficiente, e aquém das expectativas. O cenário político brasileiro, corroído por notícias negativas, que passam por escândalos, desvio milionário de verba pública, lavagem de dinheiro e acusações de generosos montantes financeiros terem parado nas mãos de um arsenal de políticos espalhados pelo país, colabora ainda mais para uma imagem ruim e desconfiada tanto da Prefeitura, como da própria Câmara. Como não poderia deixar de ser, isso afeta, e muito, a imagem da política local.
Após dois anos, o Legislativo Municipal vê uma renovação em sua mesa diretora, que a partir do dia 2 de fevereiro, no retorno das sessões, será dirigida pelo vereador João Antonio Pires Gonçalves, o João Carteiro (PMDB), após dois anos de presidência do vereador Benedito José do Couto, o Dito da Farmácia (PV). A se levar em conta o discurso de João, retratado em reportagem de O POPULAR em sua edição de hoje (Cidade, A4), a atual imagem da Câmara perante a população pode ser alterada e com o decorrer dos próximos dois anos, até o final do mandato de Gustavo Stupp, em dezembro de 2016, ser vista com outros olhos.
Além de vislumbrar uma união maior entre os vereadores, querer acabar com os conflitos internos e ego político, João admite que a imagem de Stupp não é boa, e defende a melhoria do trabalho, por meio de análise e debate mais racional de projetos e matérias. João Carteiro pode não ser o favorito de muita gente, mas se foi escolhido pela maioria, sua responsabilidade aumenta e a cobrança será ainda maior. Os próximos dois anos serão fundamentais para que Stupp possa tentar melhorar sua imagem por meio de projetos, obras e ações. Isso coincide com o papel exercido na Câmara, que será ainda mais cobrado e analisado.
A expectativa é de que as ideias do novo presidente não fiquem apenas no papel e que a junção do trabalho dos dois poderes seja benéfica para Mogi Mirim. Passou da hora de isso acontecer.