sábado, novembro 23, 2024
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Uma Parada sem parar a liberdade

A liberdade de expressão é um dos princípios fundamentais de uma sociedade sadia e democrática. Inseridos nessa ideia, movimentos sociais são ricos no sentido de agitar a comunidade e instigar o desejo de reflexão. Desde que respeitando a ordem e as leis, um movimento somente pelo fato de aglutinar cidadãos já concentra aspectos positivos, pois gera uma integração entre detentores de ideias semelhantes e uma concentração capaz de atrair a atenção de olhares, estimulando um enriquecedor debate para qualquer que seja o assunto. Curiosos indecisos quanto a um posicionamento podem aproveitar movimentos para conhecer pensamentos e eventualmente aderir à causa apresentada ou, do contrário, refutar o ideal diante dos argumentos apresentados.

Ir às ruas em um movimento social também carrega consigo o poder de despachar o comodismo, um dos vírus mais nocivos de uma sociedade. Acomodados no sistema de representatividade, onde as ações se restringem a apertar o botão de uma urna no período eleitoral, muitos deixam de lado sua participação social e política, simplesmente entregando a sociedade ao sistema.

O fato de se mobilizar, assumindo um ponto de vista e ir às ruas pode ser um primeiro passo para uma posição mais ativa. O posicionamento via rede social, sem sair de casa, já é algo positivo, pois tem o poder de mobilizar, mas o impacto de buscar a rua é ainda maior, além de ter o aspecto capaz de integrar pessoas numa era tecnológica de relações pessoais cada vez mais frias. Integração, além de um ato político e social, também carrega um cerne de lazer.

A ideia da 1ª Parada de Orgulho LGBT de Mogi Mirim, marcada para 10 de agosto, é uma notícia a ser comemorada do ponto de vista de movimento social, especialmente por ser realizada em uma cidade conservadora, com a expectativa de atrair pessoas de diferentes municípios. O evento também oferece lazer com programação repleta de shows. Da mesma forma como todo movimento social deve ser valorizado no sentido da liberdade, deve ser respeitado o direito daqueles que não concordam ou rejeitam algum tipo de manifestação. Do mesmo modo, as queixas e críticas devem ser norteadas sem ultrapassar os limites do respeito.

Eventuais incidentes ou problemas isolados podem ocorrer em qualquer tipo de evento popular e jamais podem servir para impedir sua continuidade, como ocorreu com o cancelamento da Romaria de Cavaleiros, em que se tomou a medida mais cômoda em vez de se coibir excessos. Assim, será saudável que a Parada LGBT prossiga em sua motivação de mobilização social se consolidando como um evento tradicional da cidade, capaz de dar voz a uma fatia de público muitas vezes vítima de preconceito direto ou velado.

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