Como já diz o ditado popular, “muito ajuda quem não atrapalha”. Pois bem, Gustavo Stupp (PDT), que sequer fez esforço para colaborar com a transição para o governo de Carlos Nelson Bueno (PSDB), ainda conseguiu dificultar o processo de transmissão de cargo até mesmo no dia da posse dos representantes do Poder Executivo.
Na manhã de domingo, a assinatura do termo de posse foi realizada somente depois de um momento de resistência de Carlos Nelson. O prefeito questionou a falta de informações básicas no documento, especialmente relacionadas à questão financeira da Administração Municipal, já que não se sabia qual o valor foi deixado em caixa pelo seu antecessor.
Sem qualquer membro da gestão passada presente para que, pelo menos, um esclarecimento pudesse ser feito, o tucano, primeiro, consultou sua equipe jurídica e logo criticou, dizendo que não poderia transformar a posse em um “ato de brincadeira”. A situação constrangedora sobrou para uma funcionária da Prefeitura, responsável pelo cerimonial de posse, pessoa que nada tinha a ver com a falta de compromisso do governo Stupp.
Outro ponto a ser levado em consideração é que Gerson Rossi (PPS), vice-prefeito no governo anterior, poderia perfeitamente ter assumido esse papel de transmitir o cargo a Carlos Nelson, afinal Rossi, em termos de representatividade, seria a segunda figura mais importante, depois de Stupp. Desde a última semana, o ex-vice se recusava a fazer tal função, tentando manter-se distante de qualquer vínculo com a gestão passada.
Pode-se dizer que Rossi perdeu ali um momento de ter um ato nobre e respeitar a população de Mogi Mirim. O ex-vice tentou se apegar na desculpa de que estaria presente na posse do Poder Legislativo, sendo que a sessão solene ocorreu só depois do ato em que Carlos Nelson assinaria o termo de posse.
Seria o momento de “passar as chaves” da Prefeitura para Bueno, seu aliado político e o qual apoiou durante a campanha eleitoral. Talvez, Rossi não tenha visto o lado positivo em um cenário de adversidade. Na ocasião, ele poderia discursar, encerrando, de uma vez por todas, seu ciclo na era Stupp. Seria uma oportunidade de finalizar com chave de ouro seu mandato como vice, sem a necessidade de uma funcionária pública ter passado por uma “saia justa”.
Episódios como esses, infelizmente, evidenciam o quanto ainda os representantes políticos precisam evoluir. Um homem público não deveria, nesse momento, estar preocupado somente com sua imagem, afinal é preciso deixar o ego de lado e ser vice-prefeito também nos momentos ruins, de desprazer.