Se a limpeza pública e outros setores do governo Gustavo Stupp (PDT) deixam a desejar, os serviços prestados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da Prefeitura de Mogi Mirim não ficam atrás e também estão entre os reprovados. Hoje, a bandeira pela área da saúde pública, tema que rendeu votos durante a campanha eleitoral de Stupp, rendendo-lhe a vitória nas eleições de 2012, está à meia-haste. Na teoria, o assunto ainda é tratado como prioridade pela Administração Municipal. Na prática, a experiência é bem diferente.
Na última semana, O POPULAR esteve na UBS Santa Clara e do Jardim Paulista, ambas localizadas na zona Norte da cidade, onde ouviu diversas reclamações de usuários que precisam esperar mais de dois meses para conseguir um retorno médico, quando não conseguem agendar exames básicos, como de sangue e fezes, por exemplo.
Durante a coletiva, nos primeiros meses de 2014, o prefeito havia afirmado que pretendia dar prioridade à atenção básica e reformar essa cultura de saúde que existe no município através do Pronto Atendimento Integrado (PAI). Contudo, as obras da unidade, em andamento na zona Leste ainda não foram concluídas.
A proposta de Stupp era oferecer um “atendimento de excelência através do PAI” e reestruturar as unidades básicas. No entanto, a insatisfação dos munícipes, carentes dos recursos mais básicos, é tão latente que leva a crer que a Saúde está desfortalecida. No começo de sua gestão, Stupp pretendia investir 40% da receita destinada à área na contratação de pessoal. O governo, que diz trabalhar em prol da questão social, deixou seus médicos com salários atrasados durante três meses.
O problema veio à tona em outubro de 2015, quando os profissionais ligados ao Consórcio Intermunicipal de Saúde “08 de Abril”, do transporte municipal e regional de pacientes e do laboratório do Centro de Especialidades Médicas (CEM) ameaçaram paralisar os serviços.
A situação foi tão alarmante que a Prefeitura resolveu reduzir em 50% o número de consultas em oito das 11 UBSs do município, medida que atingiu os pacientes das unidades do Maria Beatriz, Aterrado, Santa Cruz, Santa Clara, Jardim Paulista, Mogi Mirim II, SEAC e Vila Dias.
Essas dificuldades na saúde pública são só mais um exemplo de como gastos desnecessários podem comprometer possíveis investimentos em melhorias para a vida e o bem-estar da população, inclusive em áreas essenciais, como Saúde e Educação. A má administração de Stupp, com certeza, deixará reflexos e levará algum tempo para que seus estragos sejam reparados. Essa, sem dúvida, será a batalha daquele que se arriscar a ser o próximo Chefe do Executivo.