Não é de hoje que o orgulho do mogimiriano anda ferido. O brilho nos olhos e a felicidade ao comentar sobre a Cidade Simpatia deram lugar a um olhar de desconfiança e um clima de indignação pelos rumos tomados nos âmbitos político, administrativo e financeiro. Também, não é para menos. De 2013 para cá, especialmente, o município caiu em descrédito em virtude do melancólico governo do ex-prefeito Gustavo Stupp (PDT), que colocou a cidade na lama.
Mas, por incrível que pareça, Mogi parece ter tido dias fora da curva, com uma série de boas notícias. Na Educação, a conquista de 59 medalhas por seis Escolas Municipais de Educação Básica (Emebs) na Olimpíada de Astronomia e Astronáutica. Embora a Prefeitura tenha apoiado apenas de forma simbólica, o Farra Fest, evento organizado pela Rádio Transamérica, foi responsável por oferecer à população 25 shows em três dias, com nomes de destaque no cenário musical, resgatando o lazer, algo tão escasso na cidade.
Na história, a aprovação do projeto de lei pela Câmara Municipal tombando o Casarão Rosa, imóvel do século passado localizado à Rua João Theodoro, 599, sendo o 1º na iniciativa privada tombado em 249 anos, e que se tornou um verdadeiro presente justo na semana que antecede o aniversário da cidade. Cenário muito diferente do de 22 de outubro de 2012, curiosamente também na gestão de Carlos Nelson como prefeito, seu segundo mandato, quando máquinas colocaram abaixo, em questão de horas, o saudoso Casarão Amarelo, antes situado à esquina da Rua Chico Venâncio.
O significado da aprovação e a valorização dos prédios públicos finalmente foram levados em conta. Contudo, não basta apenas um ato isolado. É preciso mostrar que existe respeito com a história e a necessidade por um planejamento que preserve os marcantes capítulos da trajetória mogimiriana.
Entretanto, nem tudo são flores.
Como nos últimos anos, o evento cívico organizado pela Prefeitura em alusão aos 249 anos foi marcado pela simplicidade, nem de longe fazendo jus a grandiosidade da data. Na cerimônia, além de não discursar, Carlos Nelson não demostrou o respeito que a ocasião merecia em seu figurino, utilizando calça jeans e tênis. Em sua posse, no início de 2017, o prefeito já havia sido criticado por não utilizar terno e gravata.
Diante disso, o saldo ainda pode ser considerado como positivo. Que os 250 anos, uma marca histórica, possam ser comemorados à altura e de forma ainda mais positiva. A liberação de um montante milionário para as obras de infraestrutura urbana do Parque das Laranjeiras, na zona Leste, sonho dos moradores que vivem no local e desafio para gestões municipais por décadas, já indicam dias melhores para a cidade . Que sejo o início da retomada e do progresso.
