O atendimento na Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim voltou a ser motivo de reclamação de munícipes ao longo desta semana. Desde terça-feira, pacientes procuraram O POPULAR para tecer críticas contra o longo tempo de espera na Unidade de Atendimento Não Agendado (UANA), além da falta de informações sobre o problema. A contenção de gastos que atinge a Prefeitura nos últimos meses chegou justamente à Santa Casa, com revisões no convênio que resultaram no corte de até R$ 400 mil no valor mensal repassado ao hospital.
Morada da Vila Dias, na zona Leste, Mariléa de Souza afirmou a reportagem que na última terça-feira, sua filha, ao lado do neto, de apenas dois anos, enfrentaram dificuldades para serem atendidos na unidade de atendimento não agendado. Segundo ela, os dois chegaram ao hospital por volta das 7h30, buscando atendimento para o menino. Mas a realidade encontrada no local não foi nada animadora. O primeiro atendimento teria ocorrido apenas após o almoço, entre 13h45 e 14h, por um médico que já havia prestado auxílio ao menino semanas atrás, em um caso de pneumonia.
A filha teria recebido como justificativa que o atendimento estava prejudicado devido ao não pagamento de salários aos médicos, que estaria atrasado há dois meses. Ela ouviu ainda que somente casos de urgência e emergência vinham sendo realizados. O atendimento ao neto teria sido uma exceção. Após passar por exames e ser medicado, ambos saíram do hospital somente à noite, quando o relógio marcava quase 20h.
“Está uma vergonha o atendimento em Mogi, é claro que causa (revolta), o prefeito não faz nada para melhorar a saúde”, desabafou Marilea.
Na quinta-feira, a reportagem recebeu outra reclamação, de uma munícipe que não quis se identificar, novamente sobre a demora no atendimento. Ela esteve no hospital ao lado da filha e não conseguiu atendimento. O tempo de espera teria sido superior a uma hora, e que a justificativa também foi embasada em cima do atraso nos salários dos médicos. “É muito triste essa situação, nós que somos a população acabamos sofrendo. Mães estavam indignadas (na fila), crianças estavam chorabdo e nada acontecia”, relatou.
Santa Casa deve emitir nota oficial
A Santa Casa informou que a situação foi causada pelos próprios médicos que prestam serviços terceirizados para o hospital, por conta de salários não pagos, em razão do atraso de mais de dois meses no repasse de verbas por parte da Prefeitura à Santa Casa. Entretanto, o pagamento parcial, de agosto, foi efetuado na quinta-feira, e o serviço teria sido retomado no mesmo dia.