O impasse entre Prefeitura e Santa Casa pode ter um desfecho na próxima segunda-feira. E positivo para o hospital, que sofre com o atraso no pagamento por parte do Poder Público, tem o atendimento prejudicado e se vê diante da possibilidade de greve dos médicos plantonistas. Na tarde de ontem, o novo secretário de Saúde, Francisco Roberto Scarabel Junior, o Juninho, afirmou ao O POPULAR que trabalha desde o início da semana, junto à secretaria de Finanças na liberação do valor em aberto para a Santa Casa. Uma reunião marcada para a tarde de segunda-feira, no gabinete do prefeito Gustavo Stupp (PDT) entre o próprio secretário, Elisanita de Moraes, secretária de Finanças e Josué Lolli, provedor do hospital, pode sacramentar o acordo.
A tendência é que a Prefeitura pague R$ 780 mil à Santa Casa, segundo Juninho, quantia referente ao pagamento dos médicos plantonistas do mês de outubro. Entretanto, caso o acordo seja realmente selado, os cofres públicos, que já sofrem diante da crise financeira, deverão ficar ainda mais apertados. “Nós vamos pagar, estou atualizando os números. Mas estamos tendo que sangrar outras áreas”, admitiu Juninho.
A intenção é utilizar os recursos da própria Saúde, que possui um dos maiores orçamentos municipais. Caso não seja viável, outros setores deverão ser comprometidos com a medida.
Uma primeira reunião na última terça-feira, entre o secretário, Elisanita, Josué e um diretor técnico do hospital, serviu para dar início a uma nova rodada de tratativas entre as partes, iniciadas na antiga gestão da ex-secretária Beatriz de Amoedo Campos Gualda, a Bia, que deixou o cargo no último dia 17.
Ele teria ouvido as queixas do hospital, mas não externado posicionamento, alegando necessidade de se inteirar melhor acerca do assunto. “Eu já sabia desse problema, assumi sabendo que precisava resolver e descascar esse abacaxi”, disse o secretário.
Segundo ele, a Prefeitura tem até o dia 30 para fazer o acerto, que parece encaminhar para uma solução que agrada a Santa Casa. Dentro do hospital existe o temor de que o acerto não seja realizado e comprometa ainda mais as despesas. Caso isso não ocorra até o início do mês, os médicos plantonistas devem entrar em greve na primeira semana de dezembro.
Ação?
Indagado pela reportagem se o possível acerto atendia ao pedido do Ministério Público, que por meio de ação civil pública cobra o pagamento imediato de R$ 600 mil ao hospital, alegando prejuízo não apenas à Santa Casa, mas também ao atendimento para a população, que estaria sendo privada do direito à saúde, o secretário afirmou desconhecer o documento, e que até ontem, nada havia chegado a suas mãos.