Inúmeros moradores de Mogi Mirim sempre defenderam o retorno do nome original, Vail Chaves, ao estádio do clube. A decisão do presidente Luiz Oliveira de retomar a denominação carrega em si uma intenção positiva, de agradar os torcedores. Sem entrar no mérito se Vail é o nome mais merecedor, não se questiona ser essa escolha interessante até em termos de tradição. Não fosse por um detalhe fundamental, a atitude seria digna de elogios.
O detalhe que não pode ser ignorado é que o Mogi Mirim, após anunciar seu projeto de marketing, divulgou uma campanha em que o torcedor escolheria com votação presencial, no estádio, o novo nome. Em um primeiro momento, os torcedores foram chamados a sugerir nomes pelo site oficial. Os três mais sugeridos iriam para a votação. A ideia recebeu elogios por envolver a comunidade.
A campanha tinha ares de profissionalismo, organização e planejamento. O mínimo que se esperava, em respeito ao torcedor, era a votação presencial. Porém, o clube surpreendeu com o anúncio atropelado do novo nome, ignorando o que havia sido divulgado anteriormente. Um dos motivos foi o fato de Vail Chaves ter sido o mais sugerido com ampla superioridade.
Porém, quando a campanha foi lançada, em nenhum momento foi divulgado que caso um nome tivesse grande superioridade, a votação seria cancelada. O ideal seria mesmo que com grande superioridade, houvesse a votação presencial com um período para reflexões, estudos e defesas de cada denominação. Pelo que foi apurado por O POPULAR, não se pode nem colocar Luiz como único culpado, pois a ala de Victor Simões também estaria propensa a adotar Vail Chaves e dispensar a votação presencial tamanha a preferência por esse nome.
Da mesma forma, no momento da divulgação, não se fez menção à campanha. O POPULAR buscou com o clube os números exatos de cada sugestão. O Mogi poderia ter sido mais transparente no momento da divulgação e anunciado os números. Faltou transparência e respeito com a torcida, especialmente com quem deu sugestões. Da maneira com que ocorreu, o cancelamento estragou a campanha que era espetacular.
Do profissionalismo se foi ao amadorismo, mostrando uma execução pobre de um bom planejamento. Há alguns anos, quando foi anunciado como novo mandatário do Mogi Mirim, Hélio Vasone anunciou o retorno do nome Vail Chaves. A decisão não foi envolvida por uma enquete, mas sim pela percepção popular, sem floreios. A saída de Rivaldo não se concretizou e o estádio teve o nome mantido.
Desta vez, o Mogi desperdiçou uma grande chance de finalizar um belo projeto e acabou arranhando a intenção. O nome Vail Chaves, que poderia ser retomado de uma maneira elegante, retornou de uma forma atrapalhada. Em resumo, talvez tenha sido adotado o nome certo, mas certamente da maneira equivocada.