sábado, novembro 23, 2024
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Vamos incluir talentos

Falar de talento no esporte da Baixa Mogiana não é uma novidade. Em qualquer modalidade na qual haja um mínimo de estrutura física e condição para o desenvolvimento, os resultados aparecem. Seja nas artes marciais, na natação, nas corridas, no tênis, no vôlei, nas disputas coletivas de modo geral.

Já está mais do que provado que nossas dificuldades não passam pela escassez de esportistas, nem tampouco pela falta de professores, treinadores e profissionais de educação física capazes de criar, conduzir e monitorar projetos esportivos. Este cenário é animador quando falamos das oportunidades que ele pode proporcionar.

Uma das possibilidades é direcionar parte desses esforços para as modalidades paralímpicas. Os recém terminados Jogos de Tóquio apontaram o Brasil com 72 medalhas, que se consolidou entre as dez principais potências do globo. Posto que já ocupa desde 2012, nos Jogos de Londres.

Mogi Mirim, temos Luiz Filipe Guarnieri Manara. Mesatenista bicampeão parapanamericano e representante brasileiro no Rio de Janeiro e no Japão. Alguém com esta experiência e visão inclusiva poderia ser muito útil para nos mostrar os caminhos para um plano mais ambicioso e coordenado para que nos transformássemos em um polo paralímpico.

Exagero? Sonho? Talvez, em um primeiro momento. Mas é preciso muito mais coragem e assertividade nas decisões, direcionamento e organização do que pesados investimentos que inviabilizariam a ideia. Certamente, isso teria ótima repercussão na sociedade. Uma iniciativa que praticamente não contaria com resistência e que se conseguisse passar uma imagem de continuidade e seriedade, poderia se prolongar por várias administrações e angariar muito apoio.

É possível, por exemplo, aproveitar mais e melhor o privilégio que Mogi tem de contar com um centro de recuperação, socialização e desenvolvimento para pessoas com necessidades especiais como é o Centro Lucy Montoro. Já estive lá não apenas como visitante, mas também como usuário de alguns dos serviços oferecidos e posso atestar a excelência e chance de ampliação da prática de várias modalidades no local. Basquete em cadeira de rodas, vôlei sentado, o próprio tênis de mesa e tantos outros.

Uma boa oportunidade para se discutir isso é a “Nós Somos Mobilidade: Semana da Inclusão”, anunciada recentemente pela Prefeitura de Mogi Mirim. A mobilidade urbana é apenas uma das formas para se incluir, de fato, o deficiente na sociedade. É necessário ampliar essa discussão para outros segmentos. E, quem sabe, até criar uma comissão que torne esse debate contínuo, englobando outras secretarias. Um mecanismo de participação popular, de onde certamente surgirão ótimas ideias viáveis de serem implantadas. Que esta oportunidade não se encerre em si mesmo e possa ser um marco no respeito à diversidade.

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