Contando com apenas cerca de 15 jogadores para montar o time para o jogo contra o Bragantino, em função da saída de diversos atletas motivada pelos atrasos salariais, o técnico Marcelo Veiga cogita deixar o Mogi Mirim se a situação dos profissionais não for acertada. Da mesma forma, os atletas podem não entrar em campo para a partida deste sábado, às 16h, em Bragança Paulista.
Veiga cancelou o treinamento desta quarta-feira, alegando falta de condições para montar o time. Deixaram o clube, reclamando de atrasos salariais, segundo confirmado pelo treinador, o goleiro Maringá, o zagueiro Diego, o meia Pretinho, o meio-campista Anderson Rosa e o meia-atacante Tatuí. Para piorar, o volante Clayton e o lateral-esquerdo Alex Cazumba estão contundidos, além do volante Moradei e o meio-campista Vitinho terem passado por cirurgia.
“Vou dar treino de quê? Isso é futebol profissional, não é brincadeira, não”, desabafou Veiga, em entrevista a O POPULAR, na tarde desta quarta-feira.
O treinador revelou ter comunicado sua decisão de não prosseguir no time na tarde desta quarta-feira ao presidente Luiz Oliveira caso não haja o acerto salarial até para que se garanta o retorno dos jogadores que deixaram a equipe. Agora, aguarda um posicionamento do presidente, mas considera mais provável seu desligamento do time. “Eu deixei bem claro, se não pagar todo mundo, eu saio. Não vou tocar o time”, avisou.
Veiga disse nunca ter passado por uma situação semelhante e vê sério risco de o Mogi não entrar em campo no sábado.
O treinador conta que não teria opções na defesa e no meio de campo no banco de reservas, que seria formado apenas pelo goleiro Juninho, os meia-atacantes Felipinho e Lessinho e os atacantes Gustavo e Edson. Além disso, o treinador não tem opções para a lateral-esquerda, que teria que ser ocupada pelo atacante Galego. Para realizar o treinamento, não há condições de montar um time reserva.
Veiga frisa que o problema não é apenas para o jogo diante do Bragantino, mas sim para encerrar o campeonato, pois há risco de perder mais atletas por suspensões ou contusão. “Como vou terminar o campeonato com 15 caras, não tem condições de dar treino”, reclama, revelando também ainda não ter recebido salário desde que chegou.
Além disso, o treinador contou que no cálculo inclui o centroavante Nunes e o zagueiro Preto Costa, que estariam cobrando os salários atrasados para entrar em campo. Os atletas também corriam risco de suspensão pela confusão na partida diante do Botafogo. Sem eles, a quantidade de atletas cai ainda mais.
O POPULAR entrou em contato com a assessoria de comunicação do clube para conhecer o posicionamento de Luiz Oliveira sobre o tema e as providências a serem tomadas para os acertos salariais, mas não havia recebido uma resposta até o fechamento desta matéria.
