Não é bom que o homem esteja só, declara o Criador. Nestas palavras, Deus estabeleceu a necessidade profunda que temos de uma companhia íntima. É como ensina a sabedoria popular: “Antes mal acompanhado do que só”. T.S. Eliot também afirmou acerca da solidão: “O inferno é único, o inferno é estar só, as suas demais figuras são meras projeções”.
A solidão é um mal universal. Não há quem não tenha sentido só, mesmo as pessoas normais. Mesmo vivendo em grandes cidades, residindo em populosos condomínios, a solidão é uma realidade na vida de milhões de pessoas. É uma epidemia emocional. Para a maior parte, a solidão é uma sensação temporária. Ela vem e vai. Para outros, a solidão faz parte da sua existência, como um membro do seu corpo. São pessoas cronicamente solitárias.
Os psicólogos ainda não sabem com certeza se há apenas sensação de solidão ou vários tipos diferentes. Sabemos que há diferentes causas e diferentes intensidades. Robert Weiss, psicólogo americano, sugeriu que há dois tipos de solidão:
1- Isolamento emocional, produzido pela falta de uma relação profunda e emocionalmente satisfatória com a pessoa com quem nos abrimos. Por exemplo, a relação entre marido e mulher.
2- Isolamento social, gerado pela ausência de um círculo de amigos ou afastamento da convivência social.
Porque as pessoas são solitárias? Há diversas causas para a solidão. Vejamos algumas:
• Dificuldades pessoais de fazer ou conservar amigos.
• Falta de confiança em si mesmo e nos amigos.
• Rejeição por parte de pessoas que nos circundam.
• Mudança de residência.
• A morte de uma pessoa amada.
• Namoro desmanchado ou divórcio.
• Ser estranho em um novo lugar.
• Ser um líder importante.
• Ser um aposentado.
• Problemas de relacionamento com os Pais.
As raízes da solidão
Para enfrentarmos a solidão, precisamos construir intimidade. Primeiro a intimidade com Deus. Sartre e Camus, filósofos existenciais, já escreveram acerca da solidão existencial. A vida sem Deus é impessoal e irracional.
A angústia da alienação e da solidão acompanha uma vida sem Deus. Precisamos então partilharmos da comunhão com Deus. E como podemos fazer isso? Como podemos estabelecer relações íntimas com Deus? Tudo começa quando aceitamos um convite de Deus. Ele nos convida para sermos os seus filhos:
“Mas, a todos quanto o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: Aos que creem no seu nome”, em JO 1:12. Deus deseja cuidar de nós como um pai cuida de um filho. Ele nos convida a fazermos parte da sua família. O processo estabelecido por Deus foi o de aceitar o sacrifício de Jesus, como nosso Salvador. Jesus, através do seu sacrifício na cruz, nos substituiu e satisfez a justiça de Deus. Através, unicamente, de Jesus, restabelecemos a nossa comunhão com Deus. Isso é o fim da solidão existencial, pois o próprio Jesus nos garante. “E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação do século”. Mt 28:20.
Como diz uma poesia gaúcha: “Quem tem Deus pra parceiro, jamais mateia solito”.
Que Deus seja com você, leitor.