Dessa vez, o chocolate ficou com um sabor mais salgado. O preço dos ovos de Páscoa não só espantou, mas também deixou o consumidor mais cauteloso na hora da compra.
Segundo o gerente comercial de uma rede de supermercados de Mogi Mirim, José Carlos Zerbinatti, os preços dos produtos de Páscoa tiveram um aumento médio de 5%, conseqüentemente, as vendas caíram em relação ao ano passado. “Estão entre 8 a 10% menor”, afirmou.
A queda ainda afetou o poder de compra dos estabelecimentos comerciais. Nessa rede, por exemplo, pouco mais de 80 ovos de três grandes marcas que existem no mercado ainda forravam as prateleiras na quarta-feira. “Compramos 15% a menos que no ano passado. Espero que não fiquem estocados até porque as promoções já começaram”, disse Zerbinatti.
O comportamento dos consumidores no supermercado se repetia: percorriam as prateleiras e checavam as marcas e os tamanhos dos ovos. A frase, acompanhada de uma exclamação, era uma só: “Estão muito caros!”. “Estou dando uma pesquisada. A diferença é pouca de um lugar para outro. É tudo tabelado praticamente”, argumentou o engenheiro civil, Eduardo Pedreira.
A dona de casa, Patrícia Silveira, que procurava um ovo para a filha, resolveu não arriscar. “Vou deixar para ver em outro mercado”.
Demanda
Os ovos mais procurados pelos consumidores são os de chocolate ao leite, seguido pelos da linha infantil. As caixas de bombons são opções alternativas nessa Páscoa. “Vendem bem porque não são tão caras; custam em torno de R$ 7,99”, avaliou o gerente comercial.
Em média, os preços dos ovos de Páscoa variam entre R$ 23,90 e R$ 70, dependendo da marca, tamanho e do local onde são comprados. Os ovos de colher de 500g, lançados no ano passado, podem chegar a R$ 50. Em 2013, ovos de 100g eram vendidos por um preço médio de R$ 11. Hoje, um ovo de 150g está na faixa de R$ 35.
Consumo de peixe cresce, em média, 50% na Semana Santa
Tradicionalmente, o cardápio da Semana Santa traz o peixe como ingrediente principal dos pratos das famílias brasileiras. Entre os mais vendidos, nesse período, estão a merluza argentina, o bacalhau, camarão, cação, a tilápia, o salmão e a sardinha.
As vendas de uma peixaria, localizada no bairro Santa Cruz, zona Oeste da cidade, aumentaram em média 50% só nessa semana. A procura foi maior entre quarta e quinta-feira.
Segundo a proprietária do estabelecimento, Ivoneti Alves Carinta, que há 20 anos trabalha com o mercado de pescados, foram comercializados 500 quilos de peixe em 2014. “A semana foi boa e surpreendeu. Estou na expectativa de vender bem, igual ao ano passado”, comentou Ivoneti.
Como o valor do bacalhau é mais alto nesta época do ano, é possível variar e comprar outros tipos de peixe como, por exemplo, a cavala, o arenque, o salmão, a truta, o atum ou a sardinha.
O consumidor que não quis abrir mão do bacalhau fresco teve que desembolsar R$ 32 para levar um quilo, enquanto a merluza e o cação estavam com um preço mais em conta; de R$ 22 e R$ 21 o quilo, respectivamente.
“A inflação não está só no peixe. Mesmo assim, consumimos normalmente na Semana Santa. Vai ser basicamente salmão e sardinha por questão de gosto mesmo”, contou o médico pediatra, Nelson Lagoa.
Para Ivoneti, em relação ao ovo de páscoa, o pescado, mesmo importado, ainda pode ser considerado um produto barato. “O pessoal leva mais a merluza por conta do preço e ainda dá para fazer um excelente prato”, destacou.
Na hora da compra, é fundamental observar se o estabelecimento está adequadamente limpo e se os produtos estão em pacotes ou bandejas com o rótulo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), órgão que garante qualidade e higiene na manipulação do produto.