Durou menos de uma semana a expulsão do vereador Waldemar Marcúrio Filho, o Ney, do Partido dos Trabalhadores. Na última quarta-feira, o vereador obteve um parece favorável à sua defesa emitido pelo Diretório Estadual do PT, após recurso protocolado solicitando a anulação da decisão. Agora, o diretório irá apurar a forma e a condução em relação ao processo de cassação aberto pelo partido mogimiriano.
A procura pelo diretório estadual foi a primeira medida tomada por Ney após ter sido expulso, como adiantando pela reportagem em sua edição de quarta-feira. O diretório estadual afirmou, por meio de comunicado, que enviará a cópia do recurso que concede a Ney a retomada de seu lugar ao diretório local, com o intuito de apresentação das contra-razões e todos os motivos que motivaram a expulsão. Uma nova decisão ainda não possui prazo para ser emitida.
Assim como no início da semana, quando não poupou críticas ao PT em Mogi, Ney voltou a atacar o comando do partido, em especial, o ex-presidente, Ernani Gragnanello. “A decisão foi precipitada (pela expulsão), nada mais é do que uma perseguição. Eu só me defendo, isso tudo é uma perseguição pessoal”, argumentou.
Antes, Ney já havia atacado Ernani, e o trabalho do atual presidente do partido, Oberdan Quaglio, dizendo que ele era um fantoche na mão de Ernani.
Expulsão
O PT anunciou a decisão pela expulsão de Ney na sexta-feira, dia 14, em comunicado enviado à imprensa. Ela aconteceu, após ampla defesa, audiências e reuniões, segundo o partido, que discutiu as 14 representações contra o vereador, feita por um filiado. Um dos motivos para a expulsão, segundo o PT, foi ligado ao fato de que Ney teria dito em uma das reuniões partidárias que existiria um ‘mensalinho’ para pelo menos quatro vereadores, alguns novos e outros que foram reeleitos nas eleições municipais de 2012. No relato do vereador, ele teria ouvido uma conversa de um deles para que o valor de R$ 5 mil fosse pago imediatamente.
O PT citou também outros 14 itens para justificar a expulsão: a nomeação de assessora que não seria filiada ao partido; ele ter sido contrário às manifestações do ano passado; ter votado contrariamente às orientações do partido; ter indicado como fiscal para fiscalizar as eleições para a nova direção do partido alguém filiado ao PDT desde 2003 e então comissionado no governo Stupp; ter recebido R$ 10 mil do deputado estadual Luiz Moura para a sua campanha em 2012 e não ter registrado na prestação de contas o valor da contribuição, dentre outros motivos.