Em decisão marcada por uma confusão motivada por uma decisão nebulosa da arbitragem durante a disputa de penalidades, o Victória sagrou-se tricampeão da Copa de Futebol Society 2017/18/19 no domingo, na escolinha de futebol do São Paulo. Depois de empate em 2 a 2 no tempo normal da final da Copa Grandini Imobiliária de Futebol Society, o Victória/Açaí venceu o Nova Aliança nos pênaltis por 8 a 7. Até então, o Nova tinha 100% de aproveitamento, com 10 vitórias em 10 jogos.
O jogo começou com o Aliança finalizando mais, com uma série de chutes de fora da área. Com um time mais jovem, tinha maior intensidade. Já o Victória, experiente, esperava mais e procurava trabalhar a bola e cadenciar a partida.
Após um início com superioridade do Aliança, o Victória equilibrou o jogo, que teve a 1ª etapa sem gols.
A primeira metade da segunda etapa teve um início melhor do Victória, mais aceso. Na segunda metade, o Victória não manteve o ritmo e o Aliança cresceu no jogo.
No primeiro minuto do segundo tempo, Murilo fez grande defesa, após chute de Amaral. Aos 2, Marquinho quase marcou um golaço, de voleio, mas acertou a trave. Aos 4, Giu recebeu passe na direita, com liberdade, de frente para o goleiro Murilo e finalizou para abrir o placar: 1 a 0. Aos 10, Giu teve outra boa chance de frente para o goleiro, mas chutou para fora. Aos 11, o goleiro Murilo, que ao longo do jogo foi uma das armas ofensivas com arremates de longe, deixou a área e, perto do meio de campo, disparou um chute, mas a bola tocou em Patrick e voltou para trás, entrando no gol livre: 2 a 0. Aos 14, Giu tocou para Léo Bridi que arrematou para o gol. A bola caminhava para a rede, mas Bruno salvou. Aos 16, Bruno chutou, Gui Pacheco completou para o gol e Gustavo defendeu. Aos 19, Bruno cobrou falta e diminuiu: 2 a 1. Um minuto depois, Gui Pacheco aproveitou rebote e fez 2 a 2. Aos 22, Marquinho acertou a trave em arremate de fora da área. Nos momentos finais, o Victória teve boa chance com Amaral, que finalizou para fora.
Times
Comandado pelo técnico Carlão Corrêa, o Victória começou com Gustavo, Acácio, Tibúrcio, Amaral, Luciano Bridi e Giu. Também participaram Açougueiro, Lucas Brasi, Leo Bridi, Patrick, Ferrugem e Chu. A equipe jogou desfalcada de Kaue, Shrek e Andrei. Carlão, Luciano e Leo Bridi, Açougueiro e Sherek participaram dos 3 títulos do Victória. O Nova Aliança, do técnico Lucas Simão, jogou com Murilo, Bruno, Richard, Ferro, Marquinho e Gui Pacheco. No decorrer da partida, participaram Gui Campana, Lucas Durante, Wagninho, Ninho, James, Cleber, Mão e Lucas Lima. O elenco ainda teve Emerson. O Aliança teve o artilheiro da Copa, Gui Pacheco, com 30 gols, e a defesa menos vazada, dos goleiros Murilo e Bruno, do Aliança. O premiado como destaque do campeonato foi o goleiro Chico, do Estrela.
Após 14 gols de pênalti, decisão teve sete erros
Na disputa por pênaltis, depois de acertos nas cobranças dos primeiros 14 batedores, com empate em 7 a 7, a decisão teve sete erros dos últimos oito cobradores, resultando no título do Victória com 8 a 7 diante do Nova Aliança.
O Victória começou cobrando e Acácio abriu o placar. Bruno empatou para o Aliança e Giu fez 2 a 1 para o Victória. Richard empatou, Leo fez 3 a 2 e Gui Pacheco anotou 3 a 3. O quarto gol do Victória foi marcado por Amaral, enquanto Gui Campana fez 4 a 4. Açougueiro foi o autor do quinto tento do Victória e Marquinho empatou em 5 a 5. Em seguida, foram iniciadas as batidas alternadas.
Confusão
A confusão teve início na cobrança de Luciano Bridi, que bateu no canto esquerdo de Murilo. O goleiro ficou parado, alegando que o árbitro Daniel não havia apitado para autorizar a cobrança. Daniel mandou Bridi bater novamente e, apesar das reclamações, o atleta cobrou, desta vez, no meio do gol: Murilo defendeu. O Victória reclamou bastante e convenceu o árbitro a voltar atrás e a cobrança ser repetida. A decisão revoltou o Nova Aliança, que resolveu se retirar de campo, liderados pelo goleiro Murilo. “É campeão”, chegou a gritar o Victória. No entanto, houve tumulto na saída do Nova e a passagem pelo portão foi bloqueada por orientação da Liga de Futebol Amador de Mogi Mirim (Lifamm) para evitar punições aos atletas por abandono, com objetivo de convencê-los a prosseguir. Everton Bombarda, dirigente do Victória, provocou Murilo: “Pipoqueiro, assim que você quer jogar profissional? Defende a bola”. Após muita confusão, o Aliança resolveu continuar. “O dilema é meu, comecei como homem, vou terminar como homem. Foi nessa que chamei meus companheiros para a gente continuar. Cabeça erguida e bola pra frente”, contou Bruno, do Nova Aliança.
Antes de o juiz decidir que Bridi bateria de novo, Chu, reserva do Victória, responsável por quebrar o troféu na final do Society de 2016, que acabou sem vencedor, disse: “É mais um ano que não ter vai ter campeão”. No retorno, Bridi voltou a cobrar no canto esquerdo do goleiro e fez 6 a 5. Lima empatou, Patrick fez 7 a 6 e Cléber, 7 a 7. Em seguida, 7 jogadores desperdiçaram as cobranças. Lucas Brasi cobrou no meio e Murilo defendeu. Wagninho bateu e Gustavo tocou na bola, que acertou a trave. No entanto, como Gustavo se adiantou, a arbitragem mandou voltar e Wagninho chutou por cima do gol. Na sequência, Ferrugem bateu na trave e Mão arrematou para fora. Murilo defendeu o chute de Tibúrcio e James desperdiçou. Chu fez 8 a 7 para o Victória e Gustavo defendeu a cobrança de Ninho, garantindo o tri.
Na comemoração, Brasi provocou, entregando uma chupeta a Marquinho, em clima de brincadeira, aceita pelo adversário. “Chora bebê, os caras ficam chorando”, alfinetou Brasi.
Por que voltou o pênalti de Bridi? Árbitro não diz
Alegando não explicar suas decisões por ética, mas garantindo não ter se atentado a um vídeo mostrado pelo Victória, o árbitro Daniel Silva se recusou a revelar ao O POPULAR o motivo de ter permitido a Luciano Bridi bater o pênalti pela terceira vez, após ter anulado a primeira cobrança por ela ter ocorrido antes de seu apito.
A mudança de decisão veio após muita pressão e a exibição de uma gravação do pênalti de Amaral, com a alegação de que havia sido cobrado também sem aguardar o apito. Ao O POPULAR, na terça-feira, dia 9, Daniel garantiu não ter dado atenção ao vídeo. Por outro lado, para abordar sua postura, citou outras imagens exibidas no Facebook de um torcedor. Na gravação, é mostrado que Daniel apitou antes de todas as outras cobranças, inclusive a de Amaral, cujas imagens começam anteriormente ao momento gravado pelo vídeo exibido pelo Victória, em que o instante do apito não foi registrado. Na comemoração, o Victória entendia que o vídeo havia convencido o juiz. O autor das imagens exibidas pelo auxiliar-técnico Lucas Jacobina foi o atacante Rafael Santana, ex-atleta das categorias de base de Mogi Mirim e São Paulo e, atualmente, profissional em Portugal. De férias, Rafael foi assistir a final e fez imagens com o celular. “Independente se um time tivesse ganhado ou outro, fico feliz por ter sido justa a decisão”, afirmou Rafael, que se divertiu com os comentários de que ele teria sido o VAR, o árbitro assistente de vídeo. “Estão brincando que é o 1º campeonato de Mogi com VAR”, contou.
Punição
A presidente da Liga de Futebol Amador de Mogi Mirim (Lifamm), Sueli Mantellato, anunciou que Daniel não apitará jogos da entidade até o fim de 2019 como punição por ter permitido interferência externa e pelo fato de dar um tapa, após o jogo, em Felipe Salles, ligado ao Aliança, que é dirigente da Lifamm. Por outro lado, a Liga observou que a decisão de Daniel é soberana e, assim, o Victória é declaradamente o campeão. No entanto, moralmente, Sueli colocou que a Liga considera os dois times campeões por terem feito uma grande final e o árbitro ter prejudicado uma das equipes com sua decisão.