Domingo é dia de final da Série B do Amador. E em um palco incomum nos dias atuais, mas habituado a servir o futebol amador local. O estádio Vail Chaves foi inaugurado oficialmente em 1943. A história é muito mais antiga do que a data, que remete ao encontro entre o Mogi Mirim e os aspirantes do São Paulo.
Perto dos oitenta anos da data oficial de nascimento, o campo está longe dos tempos de glórias. E o local é muito mais do que o estádio do Sapão, seu proprietário graças a uma doação do Estado. O estádio localizado no Centro é a casa do futebol mogimiriano. Já foi palco de grandes glórias do Mogi no profissional, mas também espaço para as partidas amadoras, sobretudo, nas décadas de 60 e 70. A primeira edição do Amador, chamado de Taça Cidade de Mogi Mirim, em 1952, teve como palco do jogo do título o Vail Chaves, com a festa do Estrela da Paulista, do bairro do Aterrado.
Décadas depois, neste domingo, dia 10, a partir das 9h00, o estádio sediará a final da Série B da Copa Pentagon de Futebol Amador. Vila Dias e Clube do Mirante disputam a taça. Uma festa que não acontece há muito tempo no Vail Chaves. A última final de Amador no local foi em 2005, quando o Opção ganhou a final da Série A do Sant’ana. Carlos Alexandre marcou para o Sant’Ana e Daniel Santos fez para o Opção. Dez anos antes, o Colorado também levantou a taça da elite ao fazer 1 a 0 sobre a Pedreira.
Quase 15 anos depois, Vila ou Mirante irá soltar o grito de campeão no estádio. No jogo de ida, realizado no domingo, dia 3, no estádio Ismael Poletini (Santa Cruz), as equipes não movimentaram o placar. Para domingo, os técnicos Lira e Galileu Araújo não possuem desfalques certos e contam com força máxima para faturar a Série B.
Treinadores com currículo extenso no Amador e que já se enfrentaram no Vail Chaves. Em 2016, Galileu, hoje na Vila Dias, era o técnico do Pombal, que venceu o Esmeralda, do então goleiro Lira, hoje técnico do Mirante, por 1 a 0. Na volta, o Pombal confirmou a vaga na final. Galileu também comandou a própria Vila Dias no estádio. Foi em 2012, pela semifinal da Série A, quando a equipe fez 2 a 1 sobre a Tucurense, com gols de falta de Jefinho e Leandro e avançou para a decisão.
Agora, o confronto vale a taça. E significa muito para ambos jogar no Vail Chaves. “O estádio representa muito para a cidade”, afirmou Lira. “Para quem acompanhou o Carrossel Caipira, tem tudo de especial. Só de pensar que grandes jogadores e treinadores já passaram ali, é sensacional”, afirmou Galileu.
Para ambos, a disputa seria ideal nos campos do Mirante e da Vila Dias. Mas, respeitam a decisão da Lifamm (Liga de Futebol Amador de Mogi Mirim), que agora detém o mando nas semifinais e finais dos campeonatos organizados por ela. “Olha, eu preferia até jogar em outros campos, como no Santa Cruz ou no Tucura, mas, o Vail Chaves é muito legal. Espero que o gramado esteja em boas condições”, afirmou o técnico do Mirante. Vale frisar que, pelo regulamento, em caso de novo empate, o campeão será conhecido nos pênaltis. O vencedor sairá campeão. Uma taça a ser comemorada em um palco para poucos. O quase ‘oitentão’ Vail Chaves!
Retornos
Vila Dias e Mirante ainda brigam pela taça, mas, estão garantidos na Série A do Amador em 2020. Os representantes da zona Leste estão fora da elite há anos. A Vila, campeã seis vezes, não disputa a Primeira Divisão desde 2014, quando faturou a taça. Já o Mirante, campeão em 1985 e 1996, está ausente desde 2012.
Os rivais, inclusive, já protagonizaram uma final na Série A. Em 1985, o Mirante venceu a Vila na grande decisão. Na época, o Touro da Comarca atuou como ADABM (Associação dos Amigos do Bairro do Mirante). Décadas depois, eles voltam a integrar a elite, que deve contar, em 2020, com Tucurense, Vila Chaib, Família Villa Real, Jardim Europa, Fúria, Santa Cruz, Nova Santa Cruz, Flamboyant/Novacoop, Star, Meninos da Leste, Vila Dias e Mirante.
