No último capítulo de seu bate-papo, um dos melhores jogadores de futevôlei do mundo, Vinícius, conta como encarava as provocações quando defendia a equipe do São Paulo e aborda jogadas de efeito e a qualidade de ex-atletas de futebol no esporte em que é referência.
Boteco – A torcida participa muito no Brasileiro de Futevôlei?
Vinícius – Bastante porque geralmente é no Rio ou em Porto Alegre, como envolve clube, a galera vai torcer, porque eles querem ver o ex-jogador, o Aldair, Fábio Luciano, Alex Dias, Edilson Capetinha que joga pelo Corinthians. A galera acaba indo prestigiar e acaba se envolvendo, muita gente chamava a gente de bambi, porque a gente jogava pelo São Paulo. Negócio que atrapalha um pouco a gente, mas que motiva muito, porque eu gosto de jogar sempre com torcida contra, porque exige muito mais concentração de você.
Boteco – Você tinha algum carinho pelo São Paulo?
Vinícius – Não, não. O Belo (parceiro de Vinícius) é são-paulino, embora ele seja alagoano, mas eu não.
Boteco – Qual sua jogada característica? Tem alguma que levanta a torcida?
Vinícius – Então, é relativo isso aí, porque como eu sou baixinho, qualquer coisa impressiona (risos). O Belo finta muito com o pescoço, ele dá um elástico no ar com a cabeça, finge que joga a bola para um lado e joga pro outro. E eu, o pessoal fala: “o Vinícius é o melhor”. Eu acho que eles consideram isso porque eu sou completo, eu defendo bem, eu tenho variação de ataque igual o Belo tem, o Belo é o melhor atacante que tem no futevôlei. Então eu consigo juntar um pouquinho de cada um para formar meu estilo de jogo, eles falam que isso me torna mais completo. Mas não tem nada assim de que: ah, isso impressiona. Mas claro que uma hora ou outra a gente improvisa, que dá uma espantada no pessoal. Mas jogadas impactantes, acho que não.
Boteco – Em alguns momentos quando você enfrenta um adversário que não é tão forte, ganhando de certa vantagem, dá para fazer uma jogada para a torcida?
Vinícius – Dá, a gente sempre faz uma jogada de ombro aqui, outra ali, uma bicicleta, mas sempre respeitando o adversário. Tem muitos atletas que jogam, quando abre certa distância no placar, começa a virar a cara, querer ir de bunda, pegar de chilena, de letra, eu já sou meio contra, porque está menosprezando os atletas. Deixar bater na bunda para a bola subir, acho muito menosprezo com o adversário. Agora se você faz um negócio com produtividade para fazer o ponto, eu acho super válido e tem que fazer mesmo porque o pessoal quer ver.
Boteco – Dos ex-jogadores de futebol qual você acha o melhor?
Vinícius – O Fábio Luciano para mim é muito forte, o Alex Dias que jogou com a gente dois anos é muito bom, o Aldair joga muito, o Felipe, meia que era do Vasco, joga muito.
Boteco – Esses de quem estão sempre falando de futevôlei, Edmundo, Romário, são bons?
Vinícius – É relativo. Eles jogam bem no nível do ex-jogador, nível profissional de futevôlei, por exemplo, se jogarmos eu e Belo contra Edmundo e Romário, vai ser 18 a 3, 18 a 4, não vão fazer mais que isso.
Boteco – E você já jogou com eles em parceria?
Vinícius – Vira e mexe a gente está no Rio. Já brinquei com o Romário, Edmundo. Entre Edmundo, Romário e Djalminha, para mim o Romário joga mais, mas o Djalminha é mais novo e sobressai a força física. Mas a galera joga, é legal estar no meio deles que divulga o esporte, é bom ter a divulgação do nosso esporte, que está em ascensão.
Boteco – Valeu, Vinícius!