Considerado por muitos o melhor jogador de futevôlei do mundo, Vinícius, que coleciona títulos em parceria com Belo, relembra a época em que tentava emplacar carreira no futebol de campo e chegou a conviver com as estrelas do Real Madrid. Vinícius conta como fugia das farras.
Boteco – Você começou com que idade no futebol de campo?
Vinícius – Comecei com 13 na base do Guarani, fiquei três anos, fui pro Campinas, que era do Careca e Edmar. Voltei pro Guarani e fui para o Real Madrid. Fiquei seis meses lá. De lá fui pra Áustria e voltei para Ponte Preta, que foi meu último clube, quando parei e comecei a jogar futevôlei.
Boteco – Como surgiu a oportunidade no Real Madrid?
Vinícius – Eu tinha de 16 para 17 anos. O Roberto Carlos é amigo nosso e falou que ia me levar para lá. No começo eu não botei muita fé. Aí ele me ligou: “tá pronto?”. Eu falei: “pra quê?”. “Para vir pra cá”. Falei: “na hora”.
Boteco – Era época dos galácticos?
Vinícius – Dos galácticos, só o Zidane que já tinha saído.
Boteco – O que passou pela sua cabeça quando te falaram que iria para o Real Madrid?
Vinícius – Sonho de todo garoto é jogar em um dos melhores times do mundo, Barcelona também. Todo mundo tem o sonho de ter essa oportunidade, eu tive, agradeço a Deus, soube filtrar muita coisa boa nesse período. E absorvo pra mim e hoje eu levo para vida as coisas que vivi lá.
Boteco – Você foi para a base?
Vinícius – Eu fui pro Real Madrid Castilla, que joga a Segunda Divisão profissional. Como eu tinha idade para a base, joguei a base dois meses e depois fui pro Real Castilla de novo. Nós fizemos um amistoso contra o Red Bull, da Áustria, aí me levaram para lá.
Boteco – Muitas situações curiosas no Real?
Vinícius – O mais engraçado foi ver pessoas que só via na televisão, como o David Beckham, jantei com ele várias vezes. Morei com o Roberto Carlos, então convivi com Ronaldo, Zidane. Conviver com os galácticos foi marcante.
Boteco – Você curtia festas, baladas?
Vinícius – Eu sou tranquilaço, tanto é que quando eu morei em Madrid, eles faziam festa ou na casa do Ronaldo ou na do Roberto. Quando eu ia treinar no dia seguinte, eu subia pro quarto 11h30, 0h, o pessoal ficava lá até 6 horas da manhã.
Boteco – Eles tentavam te acordar?
Vinícius – No começo sim, depois viram que não adiantava.
Boteco – Quem brincava mais?
Vinícius – O Ronaldo, o Robinho também ia muito lá, o Roberto, que era que nem um irmão meu, iam me acordar.
Boteco – Alguma engraçada?
Vinícius – Uma vez eu estava dormindo e bateram na porta, eu meio que assustei e voltei a dormir. Aí de repente, entraram com um extintor me acordando, quase cai da cama, levei na esportiva, porque quanto mais bravo você fica, mais eles vão te encher o saco. E eles viram que não ia adiantar, porque graças a Deus eu sempre tive muito foco nos objetivos. Eles estavam com a vida ganha, eu estava correndo atrás do meu, então eles ficavam na festa e eu ia dormir. Hoje eu tenho muito respeito com eles por isso, eu morei com eles, nunca bebi, não fumo, não uso drogas, então estou com eles desde o começo, eles vivendo a vida deles de festa, bebidas e mulherada e eu na minha sabendo as minhas responsabilidades. Adquiri o respeito deles através disso.
Boteco – Vinícius volta para contar como surpreendeu o mundo do futevôlei quando, então desconhecido, disputou o primeiro Campeonato Brasileiro em parceria com Belo e, antes da competição começar, foi menosprezado pelo fato de ser baixinho.