No último dia 29 de agosto foram completados 77 anos de uma das grandes festas do futebol mogimiriano. Naquele dia, em 1943, os jornais noticiavam a inauguração do Estádio Vail Chaves. Como já abordei por aqui em nosso último encontro, há várias datas registradas como de inauguração da nossa principal casa esportiva. Há dados de 6 de dezembro de 1937 e ainda outra, em 1938. Mais a frente, o dia 7 de julho de 1991 também ficou na história, com o lançamento de uma das maiores reformas no local e que contou com um duelo em que o Sapão venceu o Palmeiras por 4 a 2.
Pois bem, em 1943, o adversário também foi um grande da Capital. O São Paulo Futebol Clube foi o convidado para aquela grande festa. O jornal Correio Paulistano, em 21 de agosto de 1943, dava grande destaque ao fato. O periódico informava que, pela manhã, haveria jogos de tênis e bola ao cesto, “ficando assim inauguradas suas modernas quadras, construídas com rigor técnico”. Turmas habilitadas para as modalidades foram chamadas, para dar maior brilho ao evento, mas, o que chamava mesmo a atenção, era a presença do Tricolor.
“Como convidado de honra, comparecerá Leonidas, o Diamante Negro, que, no jogo entre São Paulo FC e Mogi Mirim EC dará o pontapé inicial”. O jornal destacava que, além da segunda quadra de tênis e de bola ao cesto, a então diretoria, da qual era presidente José de Abreu Prado, mandou construir uma vasta arquibancada de alvenaria, espaçosa, dando acomodação a mil pessoas. Foi uma construção para satisfazer o desejo do numero quadro de sócios. O serviço foi executado por José Tonon.
Pois bem, no dia da festa, os competidores de tênis chegaram de Amparo e levantaram vantagem sobre os mogimirianos. Já às 14h teve início um jogo amistoso em que o MMEC venceu o Floresta FC, de Artur Nogueira, por 3 a 1. A inauguração oficial começou às 15h. O presidente José de Abreu Prado teceu breves palavras. Depois, o desembargador Alexandre Delfino de Amorim Lima desatou a fita alvirrubra colocada na entrada. Lima se disse satisfeito com a oportunidade e desejou prosperidade ao Mogi Mirim EC.
A numerosa assistência, termo usual para tratar a torcida, ingressou na sequência à nova arquibancada. A banda musical do Instituto de Menores dava ainda mais beleza à festa, que teve a presença do prefeito Ataliba da Silveira Franco e a execução do hino nacional. Só após todo o cerimonial teve início o encontro entre MMEC e SPFC. A partida foi arbitrada pelo sr. Pelegrini, da Federação. Os tricolores foram perigosos, porém, os mogimirianos, em perfeita forma, não se mostravam inferior. Ainda assim, a vitória ficou mesmo com o clube da Capital, que venceu por 2 a 1.
O Correio Paulistano ainda retratou as opiniões sobre o aspecto geral do estádio. A visão unanime era de que a então diretoria estava dando boa orientação aos negócios esportivos de Mogi Mirim. O próprio fato de conseguir a presença de um quadro como o São Paulo foi exaltado. Sobre as arquibancadas, a visão era de que ficaram imponentes, oferecendo comodidade ao público.
Na grande festa, foram vistas ainda muitas pessoas de cidades como Mogi Guaçu, Espírito Santo do Pinhal, Itapira e Campinas. “O que demonstra o interesse despertado não só pelo jogo anunciado e que a ninguém decepcionou, como também o desejo de conhecer a linda praça de esportes do Mogi-Mirim Esporte Clube, fruto de especiais cuidados das diretorias anteriores e também da atual”.
Desta forma, o Correio Paulistano concluía a matéria sobre aquela bela festa, sinalizando a nós, que vivemos o hoje, o significado especial que o estádio Vail Chaves representa para Mogi Mirim. É a nossa casa. É a nossa história. E preservá-lo é um dever cívico. Viva o Vail Chaves.
