Dia desses eu postei no meu perfil no Instagram que tinha lipedema nas pernas e muita gente conversou comigo depois, dizendo que achava que também tinha, mas que não sabia exatamente o que era. Tenho recebido também no consultório algumas mulheres com essa condição e temos juntas, através da alimentação, conseguido um bom resultado para os incômodos que a doença traz.
O lipedema é uma doença do tecido adiposo subcutâneo que pode causar dor e desconforto. A maior parte das pessoas acometidas não consegue perder gordura nas áreas afetadas, que geralmente aparece nos membros inferiores, porém, pode também afetar os membros superiores. A maior característica é a distribuição desproporcional da gordura corporal nas extremidades, enquanto o tronco permanece magro. Mãos e pés não estão envolvidos.
Mulheres são as mais afetadas pelo lipedema e poucos casos foram relatados por homens. É sabido que existe também uma predisposição genética, já que até 60% dos pacientes têm um parente de primeiro grau afetado.
Os sintomas característicos de dor, sensação de aperto e tendência a hematomas podem indicar a presença de lipedema, que muitas vezes são confundidos com celulite. O alívio para essas dores podem vir de drenagens linfáticas manuais, uso de roupas ou meias de compressão, alimentação adequada, fisioterapia e exercícios físicos. Em casos mais severos, é possível que um médico sugira uma lipoaspiração no local.
Na questão alimentar, os inchaços e a dor costumam melhorar com a introdução de hábitos alimentares mais saudáveis, geralmente uma dieta anti-inflamatória pode trazer um ótimo resultado à paciente.
Os alimentos mais indicados são: frutas e vegetais frescos, fontes de carboidratos de baixo índice glicêmico (leguminosas e alimentos integrais), cortes magros de carnes brancas (frango, peru ou porco), e peixes brancos (tilápia, merluza, linguado ou robalo). Fontes de selênio (aveia, nozes, cogumelos ou feijão) também devem ser consumidas, pois a deficiência desse nutriente está associada a uma pior evolução do lipedema.
Já os laticínios pasteurizados, gorduras animais (especialmente carne vermelha, bacon e salsichas), carboidratos de alto índice glicêmico (doces, chocolate e sorvete), produtos de trigo e farinha processada, sal e aditivos (conservantes artificiais, aromatizantes, edulcorantes, corantes) muito utilizados nos alimentos processados e ultraprocessados, devem ser evitados.
As estratégias nutricionais são importantes para a melhora do quadro de lipedema, mas lembre-se, dependendo do grau da doença, uma equipe multidisciplinar pode ser necessária.