Quem nunca foi flagrado acessando o celular enquanto está caminhando, na academia, ou até mesmo no trabalho? Com a evolução da comunicação, alguns aparelhos se tornaram itens indispensáveis na vida de algumas pessoas. Atualmente, um dos aplicativos mais comuns entre os “conectados” é o Whatssap. O App como é conhecida a abreviação de aplicativo, foi considerado pela revisa Exame como aplicativo com maior número de usuários no mundo, permite que o usuário mande mensagens, tanto escritas quanto em áudio, em tempo real e em qualquer canto do mundo. Para muitos, basta um “oi” para que a conversa dure horas e horas.
Daniel Rocha Martinelli, de 21 anos, conta que já teve problemas em seu emprego devido ao vício no aplicativo. “Quase fui mandado embora, estava conversando com uma pessoa e meu celular não parava de tocar, a situação estava ficando inconveniente, porém era um assunto pessoal muito importante. Quando me dei conta, minha chefe me chamou e disse que se eu pegasse no celular mais uma vez seria demitido”, contou.
Cleber Borges, professor de dança, de 28 anos, utiliza com frequência a função “grupo” do aplicativo. Para ele, o aparelho telefônico é utilizado como ferramenta essencial no seu trabalho. “Eu sempre utilizo o aplicativo para acertar detalhes com meus alunos, atualmente é muito difícil encontrar quem não o possua. Marco reuniões, ensaios e no final das contas é mais econômico, prático e imediato”.
Karla Caldas Ehrenberg, professora universitária e doutoranda em comunicação, aponta que com o surgimento da internet móvel, os usuários passaram a ficar conectados 24 horas por dia e isso tem modificado o comportamento dos mesmos. “Com a popularização da internet móvel, vários usuários se confundiram com o que ‘de fato’ é importante. Antigamente a comunicação instantânea era feita de duas formas: pessoalmente ou por telefone, e apenas duas pessoas conversavam. Hoje há grupos em que mais de 50 pessoas interagem na conversa, ou seja, ela nunca terá fim. Essa interatividade infinita fez com que muitas pessoas se preocupem mais com o virtual, do que com o real e por fim vivessem apenas com a finalidade de ‘postar’ coisas. Acredito que estamos em transição, mas acredito ser importante que utilizemos a máquina de maneira inteligente para que não haja interferências graves no mundo real”, alertou.