sexta-feira, abril 18, 2025
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Wilson Matos apresenta proposta de SAF para o Mogi

O empresário Wilson Matos, CEO da WKM Solutions, se reuniu com torcedores do Mogi Mirim na noite de quarta-feira, 21, na Acimm (Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim), para apresentar sua proposta de SAF (Sociedade Anônima do Futebol) para o clube. Wilson propõe a aplicação de um aporte inicial de R$ 31 milhões para pagamento das dívidas e a completa reestruturação do departamento de futebol do Sapo, além de renúncia imediata do presidente Luiz Henrique de Oliveira e todo grupo ligado ao dirigente.

“Essa é uma condição, a saída dele e todo o seu grupo e a convocação de nova eleição para diretoria”, disse Wilson. A proposta será enviada ainda esta semana por seu corpo jurídico ao advogado de Luiz Henrique. “Ele não fala mais comigo. Por exigência dele, toda conversa é por meio dos advogados”, explicou Wilson.

O valor citado na proposta, na verdade, é uma estimativa de dívidas apontada por uma empresa de consultoria contábil contratada pelo empresário para tentar entender o real cenário financeiro do Mogi Mirim Esporte Clube. O levantamento foi feito com base em processos cíveis e trabalhistas. Por isso, não retrata a realidade por completa. “Não sabemos de fato o tamanho da dívida. Temos limitações e precisamos saber dele (LHO) essa conta”, comentou.

Segundo Wilson, é preciso ter a noção exata da dívida para que se possa formalizar a SAF no clube. Assim, o empresário irá propor ao presidente assumir imediatamente toda gestão do clube, o que inclui a extensão do contrato de parceria da WKM com o Sapo, que vence em novembro e voltar a responder pelo Mogi Mirim junto à Federação Paulista de Futebol, para dar andamento não apenas no processo da SAF – ele se prontificou inclusive a depositar um valor em juízo para demonstrar seu interesse – como nos projetos do futebol do Sapo para 2023, como a participação na Copa São Paulo de Futebol Júnior e a volta ao profissional.

Especificamente no caso da Copinha, Wilson tem pressa para chegar a um acordo com Luiz Henrique, já que o prazo final para confirmar presença é 30 de setembro. Mais do que participar da competição, o empresário pretende colocar a cidade de Mogi Mirim como uma das sedes, possibilidade que já vem sendo conversada com o Poder Público. “É muito interessante para o município, é o maior evento sub20 do mundo”, destacou.

Juntamente com o grupo presente ao encontro, Wilson concorda que, havendo um acordo com LHO, todo procedimento seja conduzido dentro do processo judicial movido pelo ex-presidente do clube, João Bernardi, contra as eleições para escolha da nova diretoria do Mogi Mirim Esporte Clube em 15 de novembro de 2021. Na ocasião, Luiz Henrique havia sido reconduzido à presidência do clube para o biênio 2022\2023.

Em primeira instância, a Justiça havia expedido liminar, suspendendo os efeitos da assembleia de novembro. Porém, o Tribunal de Justiça de São Paulo deu ganho de causa a Luiz Henrique de Oliveira, julgando favorável o recurso apresentado pelo dirigente contra a liminar. A ação tramita pela 3ª Vara da Comarca, sob a responsabilidade do juiz Fábio Rodrigues Fazuoli.

“Com certeza, seria o caminho mais curto e mais seguro para o clube”, ressaltou. Por essa razão, os torcedores pretendem se mobilizar junto ao Poder Judiciário no sentido de agilizar a decisão judicial.

Pelas diretrizes da SAF, o prazo para quitação das dívidas é de até seis anos, podendo ser prorrogado para mais quatro, com limite de 10 anos. Dentro de uma estratégia de pagamento, os valores são depositados judicialmente, ou seja, não há risco de serem desviados para outras finalidades. Além disso, a SAF deve repassar ao clube 10% de toda a movimentação financeira advinda das atividades do futebol.

Apoio
Wilson fez questão de promover esse encontro com a torcida para ter a certeza de que terá o apoio da cidade. “Não quero me entregar nesse projeto de vida e depois ter dor de cabeça por conta de pessoas que ainda duvidam do que estou fazendo pelo clube. Tenho um carinho muito grande pelo Mogi Mirim, me estruturei nesse um ano de trabalho para que a gente possa fazer as coisas acontecerem nesse clube”, comentou.

Segundo ele, o que vislumbra para o Sapo é um projeto audacioso para o clube e para a cidade. “Preciso vender 20 mil camisas em 2023, preciso que o estádio esteja cheio em todos os jogos. Mas, para isso acontecer, preciso que a cidade esteja do meu lado. O Mogi Mirim tem uma marca forte, podemos usar o estádio, que é do clube, para promover shows e arrecadar recursos para o futebol do Mogi Mirim Esporte Clube”, reforçou.

O empresário já disse em outras ocasiões que seu projeto prevê recolocar o Mogi Mirim na divisão de elite do futebol paulista em um prazo de cinco anos. E que para se manter nessa posição, melhorando ainda mais sua estrutura, pode fazer parceria com investidores da MLS (Major League Soccer), a principal Liga de Futebol dos Estados Unidos, com quem Wilson mantém negócios.

“A SAF é um projeto viável para o Mogi Mirim e que pode se fortalecer ainda mais com uma parceria dessa. Inclusive, temos um parceiro que tem interesse em investir aqui”, adiantou. O presidente Luiz Henrique de Oliveira foi procurado por O POPULAR para comentar sobre a proposta de SAF de Wilson, que inclui sua saída do clube, e informar se outro investidor manifestou interesse semelhante, desde que a assembleia decidiu transformar o clube nessa direção. Luiz Henrique respondeu apenas que o clube não havia recebido, até a tarde desta quinta-feira, 22, nenhuma proposta de SAF de Wilson Matos.

O modelo de Sociedade Anônima do Futebol é um tipo societário que autoriza os clubes a constituírem empresa para agir no futebol. A lei 14.193, que criou a SAF, estabelece novas normas e condições para constituição, governança, controle e transparência, além de meios de financiamento da atividade futebolística, o que vem revolucionando e tocando fogo no mercado do futebol. O modelo virou tendência entre os times no Brasil e clubes como Cruzeiro, Vasco da Gama e Botafogo já adotaram essa nova modalidade administrativa.

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