sábado, abril 19, 2025
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Zé Márcio relembra a prisão por engano no Caso Sabonete

No terceiro capítulo de suas histórias no Boteco, o ex-zagueiro José Márcio Rottoli Mansur, o Zé Márcio, recorda uma confusão quando defendia o Amparo, que lhe custou uma prisão ao ser confundido com outro jogador.

Boteco – Chegou a estar em alguma briga campal?

Zé Márcio – Várias. Uma vez em Pirassununga, Amparo e Pirassununga, saiu uma briga que eu nunca tinha visto coisa igual. Brigou todo mundo. Acabou o jogo, fomos pro vestiário e nós estávamos tomando banho. E o técnico deles entrou lá: “gente, vocês desculpem, calma”. Um rapaz estava tomando banho, tacou o sabonete, abriu a cara do técnico. O técnico falou que fui eu, que eu que joguei o sabonete. Seo Hélio ele chamava. Na hora que a gente foi sair, veio o guarda e me prendeu, em Pirassununga. Aí levaram eu na delegacia e a delegacia era pertinho do campo.

Boteco – E o cara que jogou?

Zé Márcio – Não falou nada, era o Wilsinho. E a delegacia era tipo, 100, 200 metros, perto. E eles me levaram a pé. E a torcida jogando pedra em mim, xingando, que eu tinha arrebentado o homem.

Boteco – E você explicava que não era você?

Zé Márcio – Eu falava, mas eles não queriam saber, eles queriam prender alguém, alguém tem que… o cara falou que fui eu. Aí chegou na delegacia, eles puseram eu em um sofá, a entrada era aqui, o sofá no meio e a saída era na parte de trás da delegacia. Esse Gerson, que foi um dos melhores que eu joguei junto, estava com o irmão dele, eles encostaram o carro atrás da delegacia e me chamaram: “corre”. Eu corri, montei no carro e fomos embora.

Boteco – Não deu nada daí?

Zé Márcio – Deu, eu fui processado, tive que ir umas três, quatro vezes em Pirassununga.

Boteco – E o cara assumiu que foi ele?

Zé Márcio – Depois, eu dobrei ele: “o negócio tá feio pro meu lado, foi uma agressão, abriu o olho do cara”. E ele escreveu uma carta dizendo que não fui eu. Eu não sei se aceitaram ou não, eu peguei um ano de sursi. No fim, o Seo Hélio me perdoou, porque eu expliquei bem pra ele, ele viu que não fui eu, mas daí já tinha sido processado.

Boteco – O Wilsinho era parecido com você?

Zé Márcio – É do seu tamanho (baixinho). Vestiário cheio, nós tomando banho, vem um negócio, pega no olho dele, ele olhou, eu grandão na frente de todo mundo, sobrou para mim.

Boteco – Aí você não podia sair à noite?

Zé Márcio – Mas aí o advogado conseguiu não sei o que e eu não tive nada desse negócio de não sair à noite, só não podia beber, brigar, bater o carro… Essas coisas você tem que acalmar bem, senão vai preso mesmo e eu não fui.

Boteco – Alguma curiosidade do amistoso contra a Academia do Palmeiras, na década de 70?

Zé Márcio – O Mogi deu o vestiário para eles e nós ficamos nos visitantes. E os negos tinham dois vigilantes na porta, para não deixar entrar ninguém. Só que o calção do Palmeiras era branco e do Mogi também. E os negos entrando, eu arranquei minha camisa e entrei no vestiário do Palmeiras, olhando para baixo. O Oswaldo Brandão olhou para mim: “pois, não, senhor?”. “Eu vim dar uma olhada”. “Quer um café?”. “Quero”. Ele me deu um café, e os caras brincando, Leão, César, Luís Pereira…

Boteco – Zé Márcio volta para contar um divertido episódio com o ex-atacante da seleção brasileira e Palmeiras, Reinaldo, que sumiu com o carro do zagueiro mogimiriano por três dias quando era treinador do Amparo.

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