sexta-feira, maio 9, 2025
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Zé Roberto Januário e os 40 anos do título paulista pelo Santos

Integrante do elenco do Santos, campeão do Paulista de 1978 no time batizado como Meninos da Vila, o ex-atacante mogimiriano José Roberto Januário fala de sua participação na campanha, que completa 40 anos, com direito a um golaço, e também aborda a relação com o Rei Pelé na Vila Belmiro.

Boteco – Está sendo preparada uma comemoração de 40 anos?

Zé – Então, me acharam aqui, pessoal de São Paulo. Fiz parte do plantel. Os que mais se destacavam eram Juary, Clodoaldo, campeão em 70 com a seleção, Airton Lira, Pita, João Paulo, Nilton Batata. A Bandeirantes quer fazer uma homenagem de 40 anos para os jogadores. Fomos campeões em cima do São Paulo.

Boteco – O que você lembra de curioso daquele jogo?

Zé – Para mim, não foi muito legal. Eu vim do Vasco, cheguei no Vasco com 18 anos, quebrei o tornozelo. Naquela época tinha que ter feito uma cirurgia, ter um cuidado. E não foi feita, engessou, tirou o gesso, ficava inchado, doía. (Depois), operou. Aí eu voltei, o Santos me comprou do Vasco, me acolheu.

Boteco – Aí você voltou bem?

Zé – Fui encorpando, adquirindo forma. Tive umas partidas boas, ajudei o Peixe a ser campeão, fiz gol importante. Só que dei azar de novo. Contra a Francana lá na Vila (quartas de final do segundo turno), eu fiz um gol histórico, não sei se você viu no Face, foi muito comentado. Ganhamos o jogo de 2 a 1.

Boteco – Conta como foi o gol para quem não viu o vídeo…

Zé – O Nilton Batata me passou a bola em um lateral, pela direita. O zagueiro veio em cima de mim. Ele nunca pensou aquilo que eu ia fazer. Por quê? Porque a hora que ele veio em cima de mim, eu tirei a bola, chapelei… A intenção dele era botar tudo para fora, eliminar. Mas só que ele não sabia o que eu tava pensando, puxar aquela por cima dele. Eu peguei, joguei por cima, ainda o Juary falou, eu lembro como se fosse hoje: “p…, Zé, o zagueirão quase maiou a cabeça no alambrado”.

Boteco – Você chapelou, matou no peito…

Zé – Aí já fechou, veio volante, quarto zagueiro, eles fecharam. Foi o chapéu, um (driblado), dois, três, quatro, com o goleiro, cinco, fiz o gol. O estilo meu de jogo era esse daí.

Boteco – Naquela final você chegou a ficar no banco?

Zé – Fiquei no banco na segunda partida. Foi aí que eu fiquei triste, porque eu machuquei contra a Francana, depois do gol, em outro lance. Tive que ficar fora da primeira partida.

Boteco – Por isso você não conseguiu curtir como queria?

Zé – Isso, resumindo em uma palavra.

Boteco – Como foi quando jogou com a 10 do Pelé? Ficou nervoso?

Zé – Orgulho, nervosismo, não. Foi uma honra, vestir a camisa do atleta mais badalado do mundo.

Boteco – Como você conheceu o Pelé? Ele já tinha parado?

Zé – Na Vila. Ele tinha parado. Ele ia treinar, participava dos treinos com nós, quantas vezes treinamos com ele lá. Depois nós íamos tomar sauna junto.

Boteco – Ele era gente boa? Lembra de alguma história?

Zé – Ele é um monstro sagrado, né? Ele senta perto de você, conversa normalmente, dá conselhos. Falava das jogadas. Ele falava: você vai dar futuro, não fica mascarado, hein? Tenta nas primeiras bolas quando entrar no jogo, não errar. Por quê? Se não errar, você adquire confiança. Palavra do Pelé pra mim.

Boteco – Qual outro jogo seu inesquecível pelo Santos?

Zé – Contra o Juventus, foi minha estreia, o Santos estava perdendo, viramos por 3 a 1. E contra o Guarani, em Campinas, arrebentei. Eu não fiz o gol, mas dei o gol pro Juary. Cheinho o campo. Contra a Ponte Preta lá na Vila Belmiro, arregacei.

Boteco – Zé volta para contar os desafios de se controlar diante da noite carioca, ao chegar ao Vasco, em plena juventude.

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