Neste final de semana acontece a quarta etapa do SuperBike Brasil, principal competição de motovelocidade da América do Sul. Entre os pilotos que começam a brigar pelas melhores posições no grid estará um mogimiriano. Luiz Roberto Nucci Zuliani está confirmado na etapa, que acontecerá no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
Nascido e residente em Mogi, o competidor vai em busca da primeira corrida em 2021 no campeonato. Isso porque, devido a problemas de saúde e, posteriormente, de equipamento, ficou ausente nas três etapas do ano, todas realizadas em Interlagos. Ele seguiu rumo à Capital nesta quinta-feira, 19.
Nesta sexta-feira, 20, acontecem as primeiras baterias de treino livre. No sábado, 21, os treinos classificatórios e, no domingo, 22, os pilotos se alinham para as provas em suas várias categorias. Zuliani contou que fará um teste em uma nova moto, em busca de melhor adaptação e com o claro objetivo de obter uma boa classificação e, óbvio, pontos para o campeonato.
“O que o ano passado foi excelente, foi meu melhor, esse está bem ruim. Isso acontece com qualquer piloto. De repente a coisa para de funcionar. Vai muito de assento, ajuste de pedaleira, posição de guidão. Não estamos conseguindo achar o acerto para a moto”, contou o mogimiriano.
Nascido em Niscemi, comunidade italiana da região de Sicília, foi criado, desde criança, aqui em Mogi Mirim. O piloto corre desde 2009. Em 2020, pela SuperBike Brasil, principal competição da modalidade na América Latina, foi campeão Paulista e Brasileiro, brilhando na categoria Escola Estreante. Em fevereiro, Zuliani teve novas glórias.
No dia 21, pela Copa Pirelli Superbike, válida como primeira etapa do Paulista de Motovelocidade (agora organizado pelo Superbike Brasil), liderou de ponta a ponta. Piloto da Motonil Motors, terminou com quase dois segundos de diferença para o segundo colocado, Carlos Eduardo, pela SuperBike Escola. Esta foi a despedida de Zuliani da categoria.
A partir dali ingressou na SuperBike Evolution 1000cc, na faixa light (Evo Light) sempre com o numeral 67 estampado na moto. Em busca de uma nova guinada, o mogimiriano vai acelerar em Interlagos no modo “tudo ou nada”. Mas, sempre, em constante evolução.
“Eu poderia andar mais um ano na Escola, mas eu vejo que passar mais um ano nessa categoria pode ser que eu não evoluí o quanto eu necessite. Eu vejo alguns pilotos que eu gostaria de dividir a pista. Até mesmo para evoluir. Ficar na Escola ‘papando’ troféus não seria interessante, mas sim buscar evoluir. Se não, não tem o desafio e eu preciso disso”, ressaltou no começo do ano, em entrevista ao site oficial da SuperBike. A visão não mudou.
Superação
Mesmo com os problemas, ele quer mais. Até porque, ultrapassar os transtornos, faz parte da vida e carreira deste ítalo-mogimiriano. Em 2020, a disputa pelo título da categoria Escola Estreante fic0uo para a última etapa, que aconteceu em Goiânia (GO). Mas antes da prova, um susto. Na sexta volta do treino não oficial, realizado às quintas, o atleta sofreu uma queda, na qual deslizou até as barreiras de ar. No entanto, devido ao alto investimento direcionado à segurança dos competidores, ele e sua moto saíram ilesos. Quando o resgate se aproximava para o pronto atendimento, o piloto sinaliza que estava bem e que voltaria para a pista.
Após o acidente, recebeu a atenção de diretor de prova à equipe médica. Queriam entender se ele estava nervoso ou preocupado com algo e Zuliani disse que estava apenas preocupado com o campeonato, que queria ser campeão. “Expliquei que estava totalmente lúcido e que correria com o regulamento debaixo do braço. Sabia que não precisava provar nada para ninguém”, afirmou.
Foi justamente o que fez. No dia seguinte, liderou seu treino de ponta a ponta, garantindo a pole position de sua categoria. No dia da prova, como de costume, não realizou o warm-up. Apesar da conquista da pole, logo na largada caiu para a quarta posição. Cenário que não durou muito tempo. Logo na segunda volta, a ultrapassagem para cima de Felipe Bittencourt o deixou mais tranquilo para o restante da prova.
“Fiz a ultrapassagem no “S” lento, indo para a curva da vitória e comecei a abrir. Quando eu deixei de ouvir o barulho da moto dele, dei uma olhada para trás e vi que ele não chegaria mais. Depois, foi só administrar e evitar qualquer erro. Dessa forma venci a corrida”, reviveu, completando.
“A hora que eu recebi a bandeirada e olhei para cima, não acreditei. Pensei o quanto era demais tudo aquilo. Eu não cabia dentro do corpo, parecia que minha alma tinha saído. Eu tentava abrir o macacão, e chorando, o pessoal passando, querendo falar comigo e eu não conseguia nem responder. Foi uma emoção muito grande. Foi a maior sensação que eu tive de prazer e euforia em toda minha vida”, descreveu o piloto, que segue representante Mogi Mirim nas velozes pistas brasileiras e italianas.