segunda-feira, abril 21, 2025
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Patryck Lanza e um nato título mundial para Mogi Mirim

Ser campeão mundial é um feito para poucos. Na história do futebol masculino brasileiro, de cara, lembramos dos heróis das Copa de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. Mas, há espaço também para os campeões da base. No domingo, dia 17 de novembro, a Seleção chegou à quarta conquista na categoria sub17.

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A equipe comandada por Guilherme Dalla Déa repetiu os feitos de 1997, 1999 e 2003 e levantou o troféu de campeão ao bater o México na final realizada no estádio Bezerrão, no Gama-DF. Entre os 21 atletas, um mogimiriano. O DNA local esteve presente através de Patryck Lanza dos Reis. O garoto criado no bairro da Santa Cruz nasceu apenas em janeiro de 2003, mas já carrega no peito uma medalha dourada com a camisa da Seleção.

Titular em todos os jogos, chegou a 18 partidas e dois gols pelo sub17 do Brasil. A conquista de campeão mundial coroa uma trajetória de luta por espaço no futebol que vem desde muito pequeno. “Comecei a jogar futebol com o meu tio, no campinho da empresa do meu pai. O meu tio Israel (Lanza) que me deu os primeiros toques”, relembrou Patryck.

O pai, Luiz Carlos dos Reis, é um dos incentivadores de sempre. “Estamos na estrada desde 2009, quando ele tinha seis anos. Já se vão 10 anos, sempre acreditando no potencial dele. Perdemos finais de semana, feriados, festas de família para corrermos atrás desse nosso sonho. Íamos a todos os lugares da região aonde tinha campeonatos”, recorda aos risos o pai insistente e orgulhoso.

Conhecido no futebol amador como Cebola e por passagens por clubes como o Art-Base, o pai de Patryck destaca que o filho sempre foi diferenciado. “Lembro como se fosse hoje em Bragança Paulista, em um campeonato de lá, que ele disputou para um time de Amparo. Ele com apenas nove anos no meio do sub11 e fez um golaço de voleio. O pessoal ficou impressionado”.

Chamou a atenção de Luiz Carlos a reação do técnico, um senhor já de idade avançada. “Ele foi às lágrimas. Virou para mim e me falou que eu tinha uma joia na mão e que não ia demorar muito para ele estar na Seleção Brasileira. Não é que o senhorzinho tinha razão”, contou. A confiança de que Patryck trilharia um caminho importante no futebol foi tanta que a família colocou como meta. “Sabíamos que precisaríamos executar este projeto com perfeição e até agora estamos conseguindo”, destacou.

Início
Orgulho de pai, orgulho de professor. A trajetória de Patryck teve início através da unidade de Mogi Mirim da Escola Oficial do São Paulo. Edson Henrique Rosa, proprietário da escolinha, recordou os primeiros passos de Patryck no esporte. “Ele entrou novo e se fez na escola do São Paulo. Lógico que tem o lado da qualidade, do dom, que é da criança. Mas, tem uma parte dele também e tranquilamente víamos um diferencial”, pontuou.

Henrique diz que o comprometimento sempre foi uma marca do agora campeão mundial sub17. “Ele sempre foi muito dedicado aos treinos e jogos. Muito competitivo, amigo, companheiro, responsável. Não tenho lembrança de faltar a jogo ou treino”, relembrou. O professor enfatizou que a escola mantém a metodologia de dar oportunidade a todos.

Que o futebol é tratado não apenas como meio de desenvolvimento para quem deseja o alto rendimento, como também por orientação médica ou para uma melhor inserção social. Ainda assim, sempre foi uma das etapas a presença constante em competições, seja em nível municipal, regional ou estadual e isso ajudou. “O Patryck foi artilheiro de vários campeonatos e todas estas competições rendeu muito crescimento a ele”.

O próprio atleta recorda dos primeiros passos pela equipe mogimiriana. “Eu era 2003 no meio dos 2001 e não tinha muita chance. Lembro que não quis parar de treinar”. Dois anos depois, o destino recolou o futebol em seu caminho. Já destaque no sub9, fez o primeiro teste no São Paulo e começou a ser monitorado pelo departamento amador do Tricolor.

Meia na Escolinha, se destacou com títulos e feitos individuais. Em 2014, em parceria com a unidade, integrou o elenco sub11 do Atlético Guaçuano e disputou o estadual da categoria. Depois, em 2016, estreou pelo São Paulo no sub13. “No ano seguinte fui chamado para Cotia e passei a ficar alojado lá”, recorda. Já no São Paulo, foi recuado para a lateral. “Nós ainda não vimos todo o potencial ofensivo dele. vai brilhar muito mais”, advertiu Henrique Rosa.

Com a Seleção, já ganhou projeção nacional e até internacional, já que o Mundial reuniu observadores de vários clubes do planeta. A trajetória na equipe nacional teve início há exato um ano. “Fui chamado pela primeira vez pela Seleção em novembro do ano passado e era para o sub15 na verdade. Iríamos jogar um quadrangular com Inglaterra, Espanha e França, em fevereiro. Porém, antes mesmo do quadrangular, na avaliação, o professor me chamou e falou para eu estar preparado, que eu poderia ser chamado para o sub17. Que seria em um ano ruim, pois completei 16 só este ano, mas que eu deveria estar preparado”.

Em março disputou o Sulamericano. Neste mês, foi campeão mundial. E tem mais. O São Paulo não lhe deu folga após o título e ele foi relacionado para a decisão do Campeonato Paulista Sub17. Nesta quarta-feira, dia 20, o Tricolor foi campeão ao superar o Palmeiras. Após fazer 2 a 0 na ida, o time do Morumbi duelou com o Verdão no Pacaembu. A equipe perdeu por 4 a 2 no tempo normal e, nos pênaltis, fez 7 a 6. A última batida são-paulina coube a quem? Patryck! Com estrela e competência, o mogimiriano adicionou mais uma taça no jovem, mas, cada vez mais recheado currículo.

CURIOSIDADES

Patryck foi o atleta mais jovem entre os 21 convocados. Enquanto ele nasceu em abril de 2003 e sequer chegou a 17 anos, os demais nasceram todos em 2002. O atleta iniciou o ano feliz pela convocação para a Seleção Sub15 e terminou como campeão mundial sub17.

Ao lado do meio-campista Talles, Patryck entrou para a lista de campeões mundiais sub17 representando o São Paulo Futebol Clube. A dupla se juntou a outros. Andrey, campeão em 1997, Leandro Alves, que ganhou em 1999, além de Bruno e Arthur, vencedores em 2003.

Ao todo, contando com 2019, 32 atletas do São Paulo foram listados para jogar uma edição do Mundial Sub17. Patryck entrou nesta lista, que teve como primeiro chamado também um lateral-esquerdo: Ivan, na Copa do Mundo de 1985. o jogador depois integrou o time profissional e foi campeão da Libertadores de 1992.

O lateral-esquerdo mogimiriano foi titular da Seleção em todas as partidas na edição deste ano e fez um gol, diante da Itália, nas quartas de final. O Brasil levou o troféu com 100% de aproveitamento: vitórias sobre Canadá (4×1), Nova Zelândia (3×2) e Angola (2×0) na primeira fase; Chile (3×2) nas oitavas de final; Itália (2×0) na quartas, França (3×2) na semifinal e México (2×1) na final.

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