Não é uma missão fácil, visto que a cidade, mesmo testemunhando a morte de um de seus principais bens históricos, pouco se mobilizou nos últimos anos. Porém, na segunda-feira, 23, uma reunião na Estação Educação marcou um acordo em busca de trazer o Sapão de Mogiana de volta às mãos mogimiriana e de ficar à salvo de mais dilapidações patrimoniais.
O deputado estadual Barros Munhoz (PSDB) se reuniu com dirigentes que fazem oposição ao presidente Luiz Henrique de Oliveira, cartola responsável pelo declínio do Mogi da elite ao limbo do futebol estadual e nacional e por um acúmulo de dívidas que culminou na penhora do Estádio Vail Chaves, um bem conquistado em 1937 pela população e que, por décadas, recebeu aportes públicos e de apaixonados mogimirianos.
Para evitar que o quase centenário estádio vá a leilão após a atual diretoria permitir que inúmeros processos trabalhistas e civis corressem na Justiça sem a devida defesa, a intenção dos participantes da reunião é mobilizar a população em defesa do Sapo. Uma campanha para coletar assinaturas será iniciada.
O objetivo é conscientizar a Justiça, que desconhece inúmeras situações temerárias ligadas ao clube, sobre o caos administrativo vivido nos últimos anos. Munhoz garantiu que irá mobilizar a Assembleia Legislativo do Estado de São Paulo (Alesp) sobre o caso, porém, não deve dar andamento aos projetos de lei que transitam na Casa já que, em seu entendimento, pouco deve ser produtivo para resguardar o Mogi Mirim de ver seu estádio ir a leilão.
De toda forma, o engajamento de todos deve ser por uma campanha que leve ao cancelamento de qualquer chance de leilão do estádio, garantindo a segurança patrimonial. Uma das empresas que tenta receber mais de R$ 1 milhão através do leilão é a SegBras, que, em reportagem trazido com exclusividade por O POPULAR em 2020, fez movimentos ainda não justificados para se desvencilhar de um vínculo longo com a esposa de Luiz Henrique de Oliveira, Maria do Socorro Oliveira, sócia da SegBras em duas de suas três formações jurídicas.
Esta é apenas uma das inúmeras situações que serão levadas à Justiça para que avalie de forma mais profunda o caso. Há consenso ainda de que uma devassa deve ser feita nas contas do clube e de pessoas ligadas ao clube nos últimos anos, para que a Justiça ao menos se garanta de que o caminho para o leilão ocorreu por pura falta de competência e não como algo que pudesse levar um inevitável desmonte do patrimônio através de meios judiciais.
Além de Munhoz, estiveram no encontro representantes da oposição do MMEC, como Henrique Peres Stort, histórico ex-jogador e diretor de futebol do Sapão; Hélcio Luiz Adorno, o Luizinho, ex-vice-presidente, Rogério Manera, entre outros. Um dos membros da Secretaria de Negócios Jurídicos da Prefeitura, Gerson Luiz Rossi Junior, também esteve na reunião, bem como o prefeito Paulo de Oliveira e Silva (PDT), anfitrião do encontro e a secretária de Relações Institucionais, Maria Helena Scudeler de Barros.