quinta-feira, dezembro 12, 2024
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Imbróglio policial coloca Mogi no holofote nacional

Uma ocorrência no dia 10 de julho, que poderia ter sido vista como uma simples apreensão de um simulacro de arma de fogo, fez com que Mogi Mirim ganhasse repercussão nacional, sendo protagonista em falas de deputados federais e estaduais em plenário e até mesmo de publicação em rede social oficial do secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo. Manifestações de estranheza quanto à proporção dos fatos narrados a seguir.

Para relembrar o caso, no citado dia 10 do último mês, a Guarda Civil Municipal (GCM) foi acionada por populares devido a um elemento suspeito. Os gcm’s foram até a Zona Norte e, na Rua Santa Luzia, visualizaram um rapaz que, ao perceber a presença da viatura, correu, mas acabou abordado e, ao ser revistado, estava com um simulacro de pistola na cintura.

O homem foi então levado à Central de Polícia Judiciária, onde foi ouvido e colocado em liberdade. Porém, o simulacro, que facilmente é confundido como uma arma real, foi entregue de volta para o elemento. Em vídeos que circulavam por aplicativos de mensagens e agora tomaram proporção de nível nacional, o próprio indivíduo se mostrou indignado com a atitude, mas foi embora pela porta da frente da delegacia.

Cerca de um mês após os fatos, por volta de 6h de terça-feira, 15, inúmeras viaturas do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) chegaram na sede da Guarda Municipal em busca dos três gcm’s relacionados ao caso e que estiveram na CPJ para apresentar a ocorrência do simulacro. Eles são acusados de usurpação da função, tortura psicológica, cárcere e denunciação caluniosa.

Os três foram levados ao plantão policial de Mogi Guaçu e posteriormente a audiência de custódia, no Fórum de Mogi Mirim. Por lá, inúmeros gcm’s de Mogi Mirim e de diversas cidades da região se posicionaram em apoio aos companheiros de farda e era nítida a revolta, e não só dos guardas municipais, assim como de outras corporações e da população mogimiriana, pois foi mantida a prisão (bem como a suspensão dos cargos e do porte de arma).

e os três levados a um presídio em Guarulhos (SP). A defesa dos gaurdas já impetrou um habeas corpus, mas até o fechamento desta edição a decisão não havia saído.

Nacional
O caso tomou repercussão nacional, sendo pauta na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF) e na Assembleia Legislativo do Estado de São Paulo (Alesp). A deputada estadual Letícia Aguiar (PP) manifestou seu apoio aos gcm’s mogimirianos e foi até o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, para que fossem tomadas providências.

“Recebi algumas imagens feitas pelos agentes da GCM após conduzirem o suspeito, que estava com um simulacro (réplica de arma de fogo) até uma Delegacia. Nas imagens o homem pega o simulacro de volta, coloca na cintura e é liberado. Inaceitável! Estamos trabalhando para que os fatos sejam esclarecidos o mais rápido possível. Reitero a confiança no Judiciário Paulista e na justiça de Deus”, frisou a parlamentar.

O próprio Derrite, que é deputado federal, fez uma publicação em suas redes sociais sobre o caso. “Imagens que circulam em redes sociais e sugerem prática de ilícitos penais e/ou administrativos nas dependências de unidade policial chegaram ao meu conhecimento. Informo que Polícia Civil já determinou à Corregedoria imediata apuração e responsabilização dos envolvidos”, afirmou o secretário.

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