Com base nos dados da Receita Federal, o Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas – verificou que atualmente há 122 mil farmácias no Brasil. Somente no primeiro semestre de 2023, foram abertas quase 5 mil novas unidades, em comparação com 5,8 mil no primeiro semestre de 2021 e 5,3 mil em 2022. Essa crescente é atribuída ao aumento da expectativa de vida das pessoas, ao poder aquisitivo crescente e à alta demanda por medicamentos e produtos farmacêuticos. Além disso, a venda de cosméticos e produtos de higiene pessoal também contribuiu para o aumento das farmácias no Brasil.
Por outro lado, o número de hortifrutis, também conhecidos como quitandas, está cada vez mais escasso. É possível observar duas ou três farmácias lado a lado, mas quitandas são raras. Embora os supermercados representem a maior parte das vendas de frutas, legumes e verduras, a tradição de fazer compras em quitandas ou em feiras livres está diminuindo.
As quitandas são pequenos estabelecimentos comerciais especializados em frutas, hortaliças, ovos e temperos. Muitas delas vendiam grãos a granel e diversos quitutes caseiros, geralmente feitos pelas próprias famílias. Muitos estabelecimentos vinham da agricultura familiar.
Nos últimos anos, a medicina evoluiu consideravelmente, e o aumento no número de farmácias fez com que as pessoas optassem cada vez mais por tratamentos medicamentosos em vez de abordagens baseadas na alimentação. Doenças como obesidade, diabetes, triglicerídeos elevados, colesterol alto, hipertensão, gastrite, anemia e desnutrição poderiam ser evitadas ou controladas por meio da alimentação. No entanto, as pessoas preferem buscar soluções medicamentosas, acreditando que essa seja a melhor saída.
Não estou aqui para dizer que não se deve tomar medicamentos, mas sim que existem soluções naturais possíveis. Devemos priorizar bons hábitos alimentares, a prática de exercícios físicos e o conhecimento dos alimentos como forma de cuidar da nossa saúde, para que cada vez menos nos tornemos dependentes das farmácias.
Em casos de pessoas com doenças já existentes, o acompanhamento médico e, frequentemente, o uso de medicamentos são necessários. No entanto, é importante lembrar que os cuidados com a alimentação devem ser constantes, com ênfase no processo de reeducação alimentar a longo prazo.