A doação de órgãos no Brasil é um processo complexo, que envolve critérios técnicos rigorosos e, especialmente, a autorização dos familiares do doador. Aqui, vamos explicar como funciona esse procedimento, com base no caso do apresentador Fausto Silva, que recentemente passou por um transplante de coração em São Paulo.
É importante destacar que a doação de órgãos é um ato de solidariedade que pode salvar vidas. No entanto, no Brasil, enfrentamos um desafio significativo em relação à taxa de rejeição à doação de órgãos por parte das famílias dos doadores. Portanto, é fundamental promover a conscientização sobre a importância da doação e esclarecer os procedimentos envolvidos para que mais vidas possam ser salvas através dessa nobre atitude.
Em Mogi
O prefeito Paulo Silva (PDT) sancionou a lei 6.670, de 2023, que institui em Mogi Mirim o ‘Mês de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos’, a ser celebrado anualmente em setembro. A nova legislação, de autoria dos vereadores Ademir de Souza Floretti Junior (Republicanos) e Dra. Lúcia Tenório (Cidadania) tem, dentre os objetivos, o estímulo às atividades de promoção e apoio à doação de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante.
A sensibilização e conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos, a promoção de atividades junto às entidades, associações e unidades de saúde, no sentido de divulgar os benefícios resultantes da doação de órgãos ou realização de transplante e a corganização de ações de incentivo e apoio para tal finalidade também estão entre as metas da nova lei. O ‘Mês de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos’ será incluído no calendário oficial do município.
FIQUE POR DENTRO: DOAÇÃO DE ÓRGÃOS NO BRASIL
1. Critérios Técnicos para Transplante: O processo de transplante de órgãos começa com a identificação de pacientes que necessitam de um órgão específico, como um coração, no caso de Fausto Silva. Os critérios técnicos incluem a tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão. A ordem de preferência é determinada com base nessas informações.
2. Lista de Espera: Existem listas de espera tanto na rede pública quanto na privada para pacientes que precisam de transplantes. Os pacientes em estado crítico recebem prioridade, devido à sua condição clínica. A ordem de chegada também funciona como critério de desempate quando os critérios técnicos são semelhantes.
3. Seleção de Doadores: A oferta de órgãos depende da disponibilidade de doadores. No caso de Fausto Silva, a Central de Transplantes do Estado de São Paulo trouxe uma seleção de 12 pacientes que atendiam aos requisitos para o transplante de coração. Desses, quatro foram priorizados, com Fausto ocupando a segunda posição.
4. Autorização Familiar: A doação de órgãos no Brasil depende da autorização dos familiares de uma pessoa com morte encefálica. A morte encefálica é definida como a ausência de todas as funções neurológicas, sendo permanente e irreversível. Portanto, a decisão da família do doador é fundamental para que o procedimento de doação aconteça.
5. Exames Obrigatórios: Uma vez autorizada a doação, são realizados exames para avaliar a presença de doenças transmissíveis, como HIV, hepatite B e C, entre outras. Essa etapa garante a segurança do receptor do órgão.
6. Retirada de Órgãos: Após a autorização e a confirmação de que o doador é compatível, o procedimento cirúrgico para a retirada dos órgãos é realizado. Esse processo é delicado e exige uma equipe médica especializada.
7. Transplante: O órgão retirado é transplantado para o receptor, como aconteceu no caso de Fausto Silva. A cirurgia é complexa e requer cuidados intensivos pós-operatórios.
8. Acompanhamento e Tratamento Pós-Transplante: Os pacientes transplantados necessitam de acompanhamento médico contínuo e tratamento com medicamentos específicos para evitar rejeição do órgão transplantado.