sábado, setembro 14, 2024
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O Mogi de Wilson de Barros não pode morrer

No último dia 6 de maio se completaram 15 anos de uma das mortes mais sentidas por Mogi Mirim. Foi naquele dia, em 2008, que nos deixou Wilson Fernandes de Barros. Empresário que até hoje tem seu legado ligado à família, ele teve a trajetória na Terra marcada por levar o time da sua terra a uma projeção mundial.

Barros assumiu o Mogi Mirim Esporte Clube no final de 1981. O Sapão vinha de anos claudicantes, chegando até a ficar fora do profissionalismo em 1976 e a estar na quinta divisão em 1977 e 1978. Com Wilson, a partir de 1982, passou a brigar por acessos, batendo na trave em 1984 e conquistando a inédita chegada à elite em 1985. Desde então, o Alvirrubro fundado em 1903 passou a ser referência. Com Barros, o Sapo deu trabalho para os grandes e saltou em estrutura, como com os centros de treinamento em Limeira e em Mogi Guaçu.

Modernizou o Estádio Vail Chaves, que, em 1991, passou a levar o nome de Barros até que, em 2006, quis homenagear o Papa João Paulo II. A cidade evoluiu graças ao Mogi de Barros. Muita gente só têm o emprego de hoje porque o Sapão da Mogiana potencializou a vinda de empresas para cá. O ‘boom’ industrial da década de 1990 está naturalmente ligado à ação de Barros como empresário de auto peças e dirigente do futebol.

Só que tudo tem um fim e a vida do “Português”, como era chamado por muitos, foi interrompida naquele 6 de maio de 2008. Três dias depois dele ir ao vestiário incentivar os atletas no jogo do acesso contra o Oeste. O Mogi voltou à elite conquistada com Barros na presidência e, três dias depois, seu grande líder descansou. Parecia uma obra divina. Pena a infernal sina vinda depois.

Hoje o Sapo é alvo de planos sórdidos que ampliam a chance de transformar em poeira o patrimônio emancipado por Barros em 26 anos de gestão. O estádio, construído em área recebida por doação lá em 1937, atrai a sanha avarenta de urubus e, se não for o Ministério Público e a Polícia, além de um judiciário devidamente municiado pela verdade, o legado de Barros também irá morrer.

Claro que é difícil imaginar que o MMEC volte ao brilho dos tempos em que Wilson o presidia. Muitos mogimirianos: “O Mogi acabou porque nunca mais teremos outros Wilson Fernandes de Barros”. Porém, é exatamente por não existir outro Wilson como Barros que Mogi deve continuar a luta para que o Mogi nunca acabe.

As lutas que Wilson travou aqui enquanto esteve entre nós não podem ser enterradas. Esse legado precisa viver. Claro que não é um legado só dele. Houveram outros antes, o clube é de 1903. O estádio foi conquistado na década de 1930 e doado em 1947. Mas, não há como negar. O Mogi Mirim e Mogi Mirim podem ser divididos em “Antes de Wilson” e “Depois de Wilson”. Como a vida de muita gente. O que tem de jogador que desembarcou na rodoviária da cidade sem um chinelo para calçar os pés e hoje tem dinheiro para jogar fora graças ao que Wilson fez com o Mogi Mirim EC.

O Sapão da Mogiana é uma marca consolidada da cidade e está sendo, aos poucos, retalhado. É como se removessem seus órgãos aos poucos, em uma vingança vil oriunda de um ódio sem fundamento e com perfil infernal. O Mogi de Wilson, que serviu a tantas famílias, precisa que a família mogimiriana se una pela sua salvação. É a hora de manter Wilson vivo por meio de um de seus grandes amores. Há 15 anos, o coração mais vermelho e branco de Mogi parou. Mas a luta pelo Mogi não pode parar!

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