Você já deve ter ouvido muitas histórias sobre a formação de Mogi Mirim. Da sua formação como um povoamento, através dos bandeirantes, entre o final do século 17 e início do século 18, passando pela criação do arraial e da freguesia e da elevação a vila (em 22 de outubro de 1769) e cidade (em 3 de abril de 1849).
A mudança que marca a atual data de comemoração de aniversário tem mais um detalhe peculiar. É que, em 1769, quando a então freguesia de São José de Mogi Mirim foi desmembrada da Vila de Jundiaí, ela ocupava uma vasta área. Mas vasta mesmo!
E tudo começou com Dom José I assumindo o trono em Portugal e com o Marquês de Pombal como primeiro-ministro. Morgado de Mateus foi o governador da Capitania de São Paulo entre 1765 e 1775 e, neste período, sete novas vilas foram criadas em São Paulo. A ideia era expandir a agricultura e organizar o Estado, mas também evitar o avanço dos espanhóis. Por isso o conceito de povoar foi tão importante à época.
A dissertação de Juliano Ricardo Marques, em 2008, na USP (Universidade de São Paulo), traz detalhes do lado jundiaiense da história, mas, sobretudo, com um mapa que evidencia o tamanho que o tinha o território de Mogi Mirim quando da criação do seu termo, há 254 anos.
A Vila de Mogi Mirim passou a ocupar uma área que hoje equivale a 76 municípios paulistas.
Faziam parte de Mogi Mirim territórios em que hoje estão situadas cidades como as vizinhas Mogi Guaçu e Itapira, mas também Campinas, Franca, Caconde, Batatais, Serra Negra e Ribeirão Preto. Isso para ficar em poucos exemplos.
A cidade mais ao extremo sul é Rifaina, que faz divisa com Sacramento, já em Minas Gerais. Em uma consulta simples ao Google Maps, é possível saber que a distância entre Mogi Mirim e Rifaina é de 327,8 quilômetros. E toda essa distância era percorrida dentro dos limites da antiga Vila de Mogi Mirim, criada lá em 1769.
Essa vastidão começou a ser desfeita em 1797, quando Campinas foi desmembrada do antigo território mogimiriano. Aos poucos, povoamentos dentro da Vila de Mogi se tornaram vilas e cidades. Distritos, como Santo Antônio de Posse, Artur Nogueira e Conchal foram se emancipando até restar o último: Martim Francisco.
CRÉDITO DA IMAGEM: Dissertação de Juliano Ricardo Marques