quinta-feira, novembro 21, 2024
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Suicídio x transtorno alimentar: qual a relação?

POR MARIA ISABEL BORDIGNON
@nutrimariaisabel

A campanha Setembro Amarelo teve início em 2014, promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). Neste ano, o lema da campanha é: “SE PRECISAR, PEÇA AJUDA!”

O suicídio é uma triste realidade que afeta o mundo todo, causando prejuízos individuais, familiares e sociais significativos. Segundo a última pesquisa da Organização Mundial da Saúde em 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, com uma média de 38 pessoas tirando suas próprias vidas todos os dias.

A relação entre transtornos alimentares e suicídio já é descrita na literatura há bastante tempo, sendo a segunda causa de morte entre pessoas com anorexia nervosa e apresentando também um risco elevado em pacientes com bulimia nervosa.

Para aqueles que não estão familiarizados com transtornos alimentares, vou descrever de forma sucinta. São preocupações persistentes e excessivas com a alimentação ou com o comportamento relacionado à alimentação, que comprometem a saúde física ou a relação psicossocial.

Em outras palavras, são pessoas que têm uma preocupação exagerada com dietas, peso e a aparência física/estética de seus corpos. Elas têm pensamentos e sentimentos deturpados em relação à alimentação, adotando medidas extremas para tentar atingir ou manter um peso idealizado, como o uso de laxantes, diuréticos, exercícios físicos em excesso e longos períodos de jejum. Todo esse processo envolve uma grande quantidade de dor, tanto psicológica quanto física, o que por si só já aumenta o risco de suicídio.

É importante ressaltar que transtornos de ansiedade, depressão, abuso de álcool e substâncias psicoativas são frequentes em pessoas com transtornos alimentares.
Informação, acolhimento, empatia e cuidado são formas de auxiliar o próximo. Precisamos falar mais sobre esse assunto para que as pessoas que estão passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda profissional, como psiquiatras, psicólogos e terapeutas nutricionais, sem preconceitos, pois ainda existem muitos tabus em relação ao tratamento.

O terapeuta nutricional desempenha um papel fundamental no tratamento, visando ajustar comportamentos alimentares inadequados para atender às necessidades nutricionais de forma regular, equilibrada, sustentável e moderada, sem pensamentos temerosos, negativos e distorcidos sobre comida, corpo e autoimagem.

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