Padre Paiva era muito amigo da família Simoso, tradicional no bairro da Santa Cruz, e era vizinho, na Rua Santa Cruz, de Elza Simoso Manera, de 72 anos. Ela era uma espécie de anjo da guarda do monsenhor. Era ela e o marido Antonio Francisco Manera que o socorria sempre que necessário.
“Certo dia fui à casa dele e lhe dei de presente uma campainha, que tocava direto no meu quarto. Fosse a ocasião que precisasse era só ele apertar o controle que a campainha tocava em casa e a gente ia correndo socorrê-lo”, conta.
Domingo, dia 19, faz um mês da morte do monsenhor Clodoaldo Nazareno de Paiva.
Dona Elza conta que morava na zona rural, no Capão da Tenda, na divisa com Conchal, e que veio para a Santa Cruz em novembro de 1959. O Padre Paiva chegou no bairro duas semanas, antes na ocasião da inauguração da paróquia Santa Cruz, em 25 de outubro de 1959, pelo monsenhor José Nardin.
“Eu tinha 10 anos. Vim e fiquei. E o Padre Paiva também. Tanto que construiu a casa dele, porque dizia que, quando se aposentasse, não iria embora de Mogi Mirim e nem depois de morto, e foi o que aconteceu, tanto que foi sepultado na igreja”, comenta dona Elza.
Casório
Aliás, a história da família dela com o monsenhor é mais ampla. Paiva fez o casamento dela com Antonio Manera, em 1970, depois celebrou as bodas de prata e as bodas de ouro, em 2020.
“Esta foi a última celebração que o Padre Paiva realizou e foi na minha casa”, lembra.
E depois batizou, deu a primeira comunhão, crismou e casou a filha da dona Elza com seu Antonio, a Érika Manera, com Pedro Zeni, em 2019.
Festa
“O Padre Paiva foi tudo na nossa vida, ainda sentimos muito a sua falta. Ele era pai, amigo, conselheiro, enfim, estava sempre junto de nós, inclusive nas festas familiares. Ele era sempre o primeiro da lista nas festas da família (risos). Apesar dos títulos todos que tinha – cônego, monsenhor – para nós era sempre padre e ele preferia assim”, conta dona Elza.
Revela também que Padre Paiva sempre passava o Natal na casa de seus pais e depois na sua.
“Pra gente era uma felicidade porque ele era muito alegre, alto astral e ótima companhia”, disse.
Jipe
Dona Elza tirou do fundo do baú uma história engraçada envolvendo o Padre Paiva com seu pai Pedro Simoso.
“O Padre Paiva tinha uma Vespa com a qual se locomovia. Depois de um tempo ele comprou um Jipe, que era azul, e o meu pai tinha um Jipe verde. O engraçado é que o padre era sempre recebido com rojões nas quermesses da zona rural quando chegava com o seu Jipe azul.
Mas tinha vez que meu pai saía mais cedo e chegava primeiro nas festas com o seu Jipe verde e o povo soltava os rojões pensando que era o Padre Paiva e meu pai adorava aquilo (risos)”, contou.
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