O historiador Nelson Patelli Filho conta que o povoado da Santa Cruz surgiu em torno de uma capelinha existente, nas últimas décadas do século 19. No local foi erguida uma grande cruz, por isso o nome Santa Cruz.
O principal fundador do bairro, se assim pode-se dizer, foi o então vereador Marciliano Ribeiro Pinto. Aliás, Marciliano dá nome a uma das principais ruas da cidade, ligando o Centro até o bairro que ajudou a fundar.
Posteriormente, o bairro recebeu a vinda de lavradores italianos, que chegaram a Mogi Mirim por volta de 1888 para trabalhar como colonos nas fazendas de café.
São tradicionais na Santa Cruz os sobrenomes Manara, Biazotto, Mazon, Moreno, Mantovani, Polettini, Rosseto, Simoso, entre outros.
A Santa Cruz cresceu a partir da Rua Santa Cruz do Belém, hoje apenas Santa Cruz, que ligava, à época, a cidade a muitos bairros rurais do município. A localidade se caracteriza como um bairro católico e de descendentes de italianos.
A partir de 1960, com o início da mecanização da agricultura e a diversificação de culturas (cana, café, goiaba, abacaxi, mandioca e, mais recentemente, a laranja) ocorre o êxodo rural para a zona oeste e uma grande quantidade de moradores dos sítios passa a residir na Santa Cruz.
As vilas, jardins e parques são em número aproximado de 14. A região conta com três escolas municipais, um posto de saúde, uma creche, seis praças e o Fórum. A rodoviária e as indústrias Isma e Balestro são referência do bairro.
Por tudo isso o bairro da Santa Cruz é um dos mais tradicionais da cidade. No comércio há uma pluralidade de negócios, com lojas, restaurantes, bares, oficinas e muitos outros. E mesmo com a expansão do município, o bairro segue atrativo para seus moradores. Uma das características marcantes do bairro é a sua identidade, fazendo com que sua população não migre para outros cantos da cidade. Tudo que o morador precisa tem na Santa Cruz.
Entre as ruas mais importantes e antigas do bairro estão a Santa Cruz, claro, Rio de Janeiro, Guararapes, dos Expedicionários, avenidas Saúde e Brasil.
“Entre essas ruas, uma interessante é a Santa Cruz, que tinha o nome de Rua Maylasky, que era engenheiro, foi lavrador e ex-vereador de Mogi Mirim. Era natural da Hungria e aqui, no Brasil, recebeu o título de Visconde de Sapucaí. Ele faleceu em Paris, na França. Nome pouco conhecido, mas de grande importância para o desenvolvimento da cidade. Fez parte da nossa história”, conta a historiadora Rosana Bronzatto.
Assim formou-se o bairro da Santa Cruz, com a força dos italianos, mas também com muitos outros sobrenomes, seja português, espanhol e até húngaro. É isso que faz do bairro um dos mais tradicionais e simpáticos de Mogi Mirim.
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