Amigos mais próximos do saudoso Padre Paiva estão organizando a criação de um memorial ao lado da cripta onde o sacerdote foi sepultado. Mas ainda é preciso aprovação da Paróquia da Santa Cruz.
“Conversamos com a família dele e ela já topou. Espaço já existe. Material já temos… Acho importante para preservar a memória do monsenhor. Deixar gravada a história dele para as futuras gerações”, comentou o advogado Gerson Luiz Rossi Junior, que foi um grande amigo do religioso.
Gerson conta também que está em andamento o projeto para instalação do busto do monsenhor José Nardin, fundador da paróquia, e quem levou Padre Paiva para ela. Um busto de Paiva também deverá ser confeccionado para integrar o memorial.
Ao falar de Padre Paiva, Rossi Junior se lembra da forte ligação do saudoso amigo com as comunidades rurais, formadas, em sua grande maioria, por italianos que vieram para Mogi Mirim em substituição aos escravos, que tinham sido libertos.
Zona rural
Inclusive conta que tem história da sua família que soube através do Padre Paiva.
“Eu nasci e fui criado na zona rural, no bairro dos Borges. E o monsenhor contava que minha bisavó Elisa queria construir uma capelinha do lado da propriedade dela e assim foi feito. Era a segunda capelinha do bairro. Depois meu avô Antonio Rossi a derrubou e construiu uma nova no lugar. Padre Paiva tem foto disso tudo”, lembra.
Ao todo, o monsenhor criou 25 capelas na sua área da Paróquia da Santa Cruz.
“Todo fim de semana tinha quermesse em alguma comunidade e as famílias das outras comunidades e também da cidade prestigiavam essas festas, assim como o próprio Padre Paiva, que era um homem muito presente na vida das pessoas”, conta Gerson.
Padre Paiva era mais que um sacerdote da palavra de Deus, era um ser, antes de tudo, político, no bom sentido da palavra. Segundo Rossi, o religioso ajudou a criar o Sindicato Rural. Ajudou a agricultura a se desenvolver.
Currículo
Gerson Luiz Rossi Junior começou cedo a atuar na paróquia. Com 7 anos, recém-alfabetizado, já lia versos da bíblia, lá na capelinha dos Borges. E seguiu por esse caminho, incentivado por monsenhor Paiva. Atuou na paróquia como catequista, como ministro, fez trabalhos de coordenação de Campanha da Fraternidade, foi congregado mariano, fez parte do grupo de jovens da Santa Cruz e até representou a paróquia na diocese, quando convocado.
E como vereador, nas duas passagens que teve pelo Legislativo, homenageou Padre Paiva. Em 2003 com a realização de uma sessão solene, na paróquia, em função dos 50 anos de sacerdócio do religioso. E em 2018 recebeu uma placa da Câmara Municipal pelos seus 90 anos de vida.
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