Não deveria ser preciso passar por uma guerra para se conhecer o herói. Mas foi nesta batalha insana contra a Covid-19 que percebemos o óbvio. A relevância daqueles que se dedicam para cuidar de um bem tão precioso como é a nossa saúde. E a de quem amamos. Inclusive, se colocando na linha de frente, se expondo aos riscos para cumprir a missão essencialmente altruísta a qual se dispuseram. Para estes heróis, que se entregam diariamente para cuidar de nós, foi criada uma data especial. O 12 de maio é o Dia Internacional do Profissional da Saúde. Originalmente, era lembrado como o Dia da Enfermagem, em homenagem a Florence Nightingale, inglesa que viveu entre os séculos 19 e 20 e que é considerada a idealizadora da enfermagem moderna. A ampliação desta reverência tem sua justiça. Afinal, dos tempos de Florence para cá floresceram mais e mais campos de atuação. Cada um com suas ferramentas e muito amor à profissão. E ao próximo, claro. E, por mais que a cor que citarei adiante simbolize bem este ofício, não dá para passar em branco nesta data, concorda? Assim, O POPULAR e seus anunciantes prestam uma singela exaltação. Um gesto de carinho e gratidão aos profissionais da saúde.
Vocês são nossos heróis!
É… Quem nasce destinado a cuidar de pessoas, não tem escolha. Sergio Mauricio Bueno Urbini Junior ainda era menino quando se sentia atraído por disciplinas como Ciências e Biologia. Recebeu ainda a influência de algumas pessoas do seu convívio, como a avó Thereza, que foi auxiliar de enfermagem; e de alguns médicos, amigos da família.
Porém, não dá para negar. Ajudar as pessoas e fazer a diferença na vida de alguém sempre foi a força motriz. Se formou em medicina em 1998, se tornou especialista em Terapia Intensiva e Reumatologia. Hoje, é Responsável Técnico do setor Covid e da UTI Geral do Hospital 22 de Outubro. Também atua na Santa Casa de Misericórdia, além do Hospital Municipal de Itapira.
É claro que as expectativas do jovem postulante ao ofício de médico encontraram uma realidade diferente após a formação. “Quando você vai para o mercado de trabalho e, em nosso país, em que a saúde pública tem muitas dificuldades e precariedades, percebe que nem tudo que você gostaria de fazer pelos pacientes pode ser feito e isso é muito frustrante”.
Nada que impeça o médico de exercer com paixão a profissão que sempre desejou. E seguir firme, mesmo com todos os traumas impostos pela pandemia de Covid-19. “Uma doença desconhecida que afeta os indivíduos em vários sistemas, com alta taxa de contágio e mortalidade, além de tudo que a pandemia afeta as pessoas economicamente e psicologicamente”.
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E há desafios pontuais, como a carga horária muito superior à de antes, dificuldade em encontrar profissionais capacitados, como médicos, fisioterapeutas e enfermagem, falta de medicamentos, principalmente sedativos, além do número limitado de leitos em relação à demanda exigida no momento.
Não é fácil usar a dádiva que é saber cuidar. “Para mim o momento mais duro da pandemia é, sem dúvida, o grande aumento de óbitos, principalmente de jovens, como vem ocorrendo nos últimos meses. Muito triste e doloroso dar uma notícia de perda a uma mãe, a uma esposa, a um filho”.
Não é fácil perder alguém que amamos. Não é fácil cuidar, lutar por estas vidas. Demanda uma fortaleza emocional que amplia a nossa gratidão a estes profissionais. “Presenciar tanta tristeza, tantas perdas, além do cansaço físico e mental, nos deixam ansiosos, às vezes descrentes”. Suspiro. Eu, aqui escrevendo, suspiro. Imagina quem está na linha de frente. E, como diz o Dr. Sérgio.
“É preciso levantar a cabeça e seguir na luta, pois têm pessoas precisando da gente. A alegria de vencer a batalha desta doença e poder dar alta aos pacientes e ver a felicidade no olhar de todos os profissionais que atuaram para a melhora daquele paciente, é o momento que compensa todas as dificuldades”.
